O policiamento no passado dia 3 de fevereiro foi bem inferior ao normal devido a um protesto das forças de segurança com vários agentes a apresentarem baixa médica. Há quase seis meses, as portas do estádio do Famalicão não chegaram a abrir e o jogo da equipa da casa frente ao Sporting teve de ser adiado.
Mas verdadeiramente grave foi o que aconteceu no exterior - confrontos entre adeptos, com o arremesso de garrafas e pedras dos quais resultaram seis feridos. Só que no meio de tanta confusão, um homem acabou também por ser agredido por um polícia.
O caso levou à abertura de um processo disciplinar por parte da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI). Um relatório divulgado esta sexta-feira pelo Diário de Notícias, apurou que apesar do homem, que estava escondido atrás de um carro, se ter levantado com as mãos no ar quando os agentes chegaram, "um elemento da Unidade Especial de Polícia desferiu-lhe uma pancada na cabeça com um cassetete."
O adepto ficou com uma ferida de 13 centímetros e foi suturado com dez pontos na cabeça. Embora tenham sido ouvidas 14 testemunhas não foi possível identificar o agente e o processo foi arquivado.
Perante este facto e para evitar situações semelhantes no futuro, o Diário de Notícias adianta que a Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) recomendou que "os agentes das unidades especiais de polícia passem a usar um elemento de identificação visível e frontal quando estiverem em funções" de "modo a que exista uma polícia mais próxima e de confiança para o cidadão".
A sugestão da IGAI não tem qualquer caráter vinculativo, mas surge após mais um episódio de violência das forças de segurança sobre adeptos. Em 2014, três elementos do Corpo de Intervenção tinham agredido um adepto do Boavista, antes de um jogo frente ao Vitória de Guimarães.
A agressão ficou provada em tribunal e vítima ficou cega mas como não foi possível identificar os autores todos os 11 arguidos foram absolvidos.