O jogo entre Famalicão e Sporting, agendado para este sábado, foi cancelado depois do seu início ter sido adiado por uma hora, para as 19:00, devido à falta de policiamento.
O número obrigatório de agentes da PSP para que o jogo pudesse começar não foi reunido. Ao que a SIC apurou, são necessários, no interior do estádio, 15 agentes. Destes, 13 colocaram baixa médica.
Não há ainda nova data para a realização da partida e o Sporting vai regressar a Lisboa.
Em comunicado, a Liga explicou que não existiam condições de segurança para a realização da partida.
“A Liga Portugal informa que o jogo entre FC Famalicão e Sporting CP foi adiado, por acordo dos clubes, para data ainda a definir, depois de ter recebido informações por parte do responsável pela força policial presente no Estádio Municipal de Famalicão de que não existem condições de segurança para a realização do mesmo hoje nem amanhã.”
Início da partida chegou a ser adiado
O início da partida chegou a ser adiado das 18:00 para as 19:00, numa tentativa de chamar mais polícias do comando do Porto para Famalicão.
Isto porque os polícias do comando da PSP de Braga estão em protesto desde sexta-feira, numa espécie de ‘serviços mínimos’ e só saem da esquadra para ocorrências graves e que impliquem a vida dos cidadãos.
Numa nota publicada no seu site, a Liga Portugal lamentou o transtorno causado às equipas e aos adeptos, mas defendeu que será sempre “intransigente na defesa das garantias de segurança nas partidas das competições por si organizadas”.
Agressões entre adeptos fazem seis feridos
Por volta das 18:00, os ânimos nas imediações do estádio exaltaram-se com o arremesso de vários objetos, incluindo garrafas de vidro e cadeiras. Uma testemunha ouvida pela SIC diz que foi um grupo de ‘casuals’ do Sporting a começar os confrontos.
“O pessoal do Sporting, quase todos não identificados, subiram pela rua em direção ao bar onde costuma parar a claque do Famalicão. Eu só consegui pedir ali ao pessoal do café para começar a fugir, e tentar abrir espaço porque ali não é fácil com as grades. Cada um fugiu para onde podia, eles não estavam à espera que o pessoal do Famalicão retaliasse. Foi cadeiras e vidros e não consegui ver mais nada.”
Rapidamente, uma carrinha da unidade especial da PSP travou os confrontos.
Seis pessoas ficaram feridas, entre as quais um funcionário do Famalicão, oficial de ligação aos adeptos, depois de ter sido pontapeado na cabeça.
Liga exige inquérito para apurar responsabilidades
Em comunicado, a Liga exigiu ao Governo a abertura de um inquérito com caráter de urgência para apurar responsabilidades pelo sucedido.
O protesto dos polícias apanhou a Liga de surpresa, já que na reunião de preparação que antecede todos os jogos foram garantidas todas as condições de segurança por parte das autoridades, informa o comunicado.
Mais acrescenta que a situação colocou em causa “a paz pública e a integridade física dos milhares de adeptos que aguardavam a entrada no recinto”.
A Liga lamenta ainda o “total desrespeito por todos aqueles que, alguns percorrendo centenas de quilómetros, se deslocaram ao recinto desportivo”.