O eurodeputado português, Sebastião Bugalho, e os outros membros da missão de acompanhamento eleitoral do Partido Popular Europeu (PPE) foram impedidos de entrar em território venezuelano e embarcados no primeiro voo para Madrid, confirmou a SIC Notícias.
Bugalho viajou esta sexta-feira para Caracas, com uma comitiva composta por 10 elementos do PPE que iria acompanhar as eleições venezuelanas, marcadas para este domingo.
Na rede social X, o líder do PP espanhol, Alberto Núñez Feijóo denunciou a retenção dos membros da missão no aeroporto da capital venezuelana "pelo regime de Maduro".
"Exijo a sua libertação imediata e que o Governo de Espanha forneça os meios necessários para o efeito", escreveu na sua página na rede social, onde também publicou uma foto da comitiva.
"Deixaram-nos à mercê das forças de segurança"
Num vídeo divulgado nas redes sociais, é possível ver o espanhol Esteban González Pons, ladeado pela também espanhola Cayetana Álvarez de Toledo e pelo português Sebastião Bugalho, entre outros, a prestar declarações momentos após a expulsão.
"Viemos à Venezuela, convidados pela candidatura da oposição de democrática, acompanhar o processo eleitoral de domingo", explica Pons, que afirma que foi pedida, pelos eurodeutados, a presença do responsável pela observação eleitoral e de embaixador de Espanha, mas que a mesma terá sido impedida.
"Deixaram-nos à mercê das forças de segurança venezuelanas", reclama o espanhol. "Não nos deixaram entrar. Expulsaram-nos!", relata.
Numa entrevista ao Diário de Notícias, publicada esta sexta-feira, o eurodeputado português garantiu que a missão de acompanhamento eleitoral do PPE na Venezuela tinha todas as condições "para correr com normalidade".
Maduro tinha retirado convite à UE
Sebastião Bugalho e os restantes representantes da delegação do PPE tinham sido convidados pela líder da oposição democrática, Maria Corina Machado, e pelo candidato Edmundo González Urrutia, em nome da Direção Nacional da Campanha “ConVZLA”. O pedido surgiu depois de o Presidente venzuelano Nicolás Maduro (que se recandidata ao cargo) ter retirado o convite a uma missão oficial de observação eleitoral da União Europeia (UE).
“Acreditamos que é essencial que os aliados da causa democrática venezuelana possam juntar-se a nós e testemunhar este acontecimento. As suas vozes representam, não apenas uma reafirmação do seu apoio e solidariedade, mas, também, a oportunidade de demonstrar ao mundo o que for acontecendo ao longo do processo, num contexto em que a observação eleitoral técnica é muito limitada”, referia a carta.
A comitiva deveria entrar na Venezuela esta sexta-feira e só regressar à Europa após as eleições. As eleições presidenciais na Venezuela acontecem este domingo, dia 28 de julho.