Os crimes cometidos por motoristas e passageiros de TVDE continuam a aumentar, depois de terem crescido cerca de 50% no ano passado. É nos roubos e nos crimes de "ameaça e coação" que o crescimento é maior.
Não há dia em que a PSP não apanhe infrações. No ano passado, foram mais de 600. Duplicaram num ano.
A falta de documentação é das mais frequentes, como aconteceu neste caso, registado pela SIC, numa operação STOP, no final do ano passado. Neste caso faltava o contrato de trabalho, mas chega a faltar o certificado de motorista TVDE e até a carta de condução.
As autoridades estão preocupadas com o aumento das infrações, mas sobretudo dos crimes: 1 por dia, em média, no ano passado. 2024, a manter-se assim, será um ano recorde. Só até ao final de maio, foram registados 185 crimes.
"A maioria prende-se com crimes contra a propriedade, seguidos de crimes contra as pessoas. Dando dois exemplos muio específicos: situações de furtos de oportunidade, no caso de crimes contra a propriedade, ou situações de ameaças ou ofensas contra a integridade física", referao subintendente da PSP João Ramos.
Dois roubos ou furtos por semana. Um crime contra a propriedade dia sim, dia não. Crimes cometidos por motoristas, mas também por passageiros.
"Todos os casos de reporte de segurança que acontecem na Uber são diretamente analisados pelas nossas equipas especializadas, treinadas para saberem lidar com situações de segurança e conseguirem recolher toda a informação de ambas as partes", diz Francisco Vilaça, diretor-geral Uber Portugal.
O número de incidentes tem acompanhado o crescimento do setor. Dados do IMT: há quase 70 mil motoristas TVDE ativos. Só de maio para junho, entraram ao serviço mais quase 1000 condutores TVDE.
As plataformas TVDE exigem registos criminais dos motoristas a cada três meses. A Uber só permite que o condutor comece o dia de trabalho depois de a aplicação fazer o reconhecimento facial através da câmara do telemóvel.
Mas não falta quem tenha encontrado formas de enganar o sistema, com aplicações que carregam uma fotografia do condutor legítimo ou com meios mais arcaicos, neste caso, uma cartolina recordada.
A Uber diz que, desde há poucas semanas, isso deixou de ser possível.