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Ventura pede manifestação "em força", mas plataforma de sindicatos da PSP e da GNR critica apelo

"Preciso que venham para o Parlamento, nas galerias e fora do Parlamento, mostrar a força, a força que este país sempre reconheceu às polícias, às forças de segurança. Todos ao Parlamento para fazer a correção de um injustiça histórica às nossas polícias e forças de segurança", apelou André Ventura, presidente do Chega.

João Maldonado

SIC Notícias

Quando, na quinta-feira, forem discutidas no Parlamento as propostas do Chega para as forças de segurança, haverá polícias e guardas frente às escadarias de São Bento. O apelo foi feito pelo líder do Chega, André Ventura, mas a adesão ainda é uma incógnita. O Sindicato Independente dos Agentes de Polícia é dos poucos que confirma presença.

"Fizemos a comunicação à Câmara Municipal de Lisboa (...) a dizer que haverá a hipótese de uma concentração de polícias à porta da Assembleia da República", afirma Rui Neves, do Sindicato Independente dos Agentes da Polícia, que assegura, contudo, que não falou com o líder do Chega e que a concentração já estava marcada antes do apelo deste.

Ventura pediu uma concentração no Parlamento enquanto são discutidas no plenário propostas como o suplemento de missão à PSP e à GNR ou a criminalização do incitamento ao ódio contra órgãos de polícia criminal e judiciais.

"Preciso que venham para o Parlamento, nas galerias e fora do Parlamento, mostrar a força, a força que este país sempre reconheceu às polícias, às forças de segurança (...). Todos ao Parlamento para fazer a correção de um injustiça histórica às nossas polícias e forças de segurança"

A plataforma de sindicatos da PSP e da GNR responde, no entanto, que o papel dos partidos políticos não é convocar protestos.

Bruno Pereira, da plataforma PSP GNR, diz que "não se devem confundir os papeis".

"Não é papel de qualquer líder parlamentar ou partido político - seja ele qual for - de mobilizar e instrumentalizar massas setoriais (...). E até pedimos a todos os partidos que não se colassem ao movimento contestatário dos polícias", refere.

O porta-voz da plataforma que junta sindicatos da PSP e GNR diz, no entanto, que cada um é livre de escolher se quer participar na concentração.

"Esta ação é do Chega, como podia ser de outro qualquer partido, que vai pôr em cima do Parlamento algo que dignifique as forças de segurança. Não há nenhum apelo à desordem, há apenas uma situação séria a resolver, que começou com a aprovação do diploma para a Polícia Judiciária. Chegaram há pouco tempo ao Governo, mas acho que estão um pouco intransigentes no que concerne à situação os valores", refere Pedro Carmo, da organização sindical dos polícias.

Uma nova reunião com Governo está ainda por marcar. O Ministério da Administração Interna propôs um aumento faseado de 300 euros no suplemento de risco da PSP e da GNR. Foi recusado pelos sindicatos.

O Movimento Zero está ao lado de Ventura no apelo aos polícias para que se manifestem em frente ao Parlamento. Considera que os polícias não podem ficar de "braços cruzados" e apela à presença de todos" os agentes da PSP e militares da GNR para se manifestarem durante a votação da proposta do partido de extrema-direita.

[Notícia atualizada às 21h15]

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