A Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde corrigiu esta quarta-feira o número de doentes oncológicos que aguardam cirurgia além do tempo máximo de resposta garantido indicado pelo Governo, explicando que são cerca de 2.300 e não mais de 9.000.
Quando apresentou o Plano de Emergência para a Saúde, no final de maio, o Governo disse que havia 9.374 doentes oncológicos em lista de espera para cirurgia fora do Tempo Máximo de Resposta Garantido (TMRG), um número que a Direção Executiva diz corresponder a todos os doentes oncológicos a aguardar cirurgia no final de abril.
Confrontada com estes números ontem no Parlamento, Ana Paula Martins reconheceu o erro e explicou os dados, justificado os números divulgados pelo Governo com o facto de o Executivo entender que estes doentes são sempre prioritários.
"Não deve haver um único dia de espera", diz ministra
Num esclarecimento enviado à Lusa após a audição no parlamento, o Ministério da Saúde insistiu que "não deve haver um único dia de espera" para os doentes oncológicos que aguardam cirurgia e defendeu a necessidade de revisitar as prioridades e inscrições na lista de inscritos para cirurgia.
A este respeito, a DE sublinha que "há doentes mais graves e cujo tempo de intervenção deve ser priorizado em relação aos oncológicos", dando como exemplo algumas intervenções cardiovasculares, nomeadamente por cirurgia cardíaca, cirurgia vascular ou neurocirurgia.
Os dados da DE-SNS indicam que, no final da primeira semana de junho, aguardavam cirurgia 9.351 doentes oncológicos. Fora do TMRG estavam 2.341 (25%). No total, aguardavam cirurgia nessa altura mais de 275.000 doentes, 74.617 (27,1%) acima do TMRG.
Com Lusa