O Presidente da República alerta para o alto de número de cidadãos estrangeiros em Portugal que estão por regularizar. Marcelo Rebelo de Sousa defendeu, esta sexta-feira, que “convém” que a situação não se torne numa “bola de neve”.
A falta de recursos humanos na Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) está a agravar-se. Segundo o jornal Expresso, cerca de uma centena de trabalhadores já pediram para sair da agência.
Fontes ouvidas pelo jornal referem que haverá “muito além de meio milhão” de pedidos de legalização feitos e que o número de processos pendentes continua a agravar-se, chegando à AIMA cerca de 20 mil novos pedidos por mês, quase 700 por dia.
Questionado sobre o assunto, Marcelo Rebelo de Sousa referiu acompanhar “com atenção, para não dizer preocupação” a situação do elevado “número de estrageiros que está por regularizar”.
“Depende muito agora da capacidade de recuperar o tempo perdido”, alertou o Chefe de Estado.
“Convém que não fique um número tal que, a certa altura, seja uma bola de neve”, avisou.
“Há mais vida além das eleições europeias”
O Presidente da República nota que, durante a campanha eleitoral, os partidos estão “mais em competição”, mas insiste que, “virada a páginas das europeias, no dia 9 [de junho]”, terá de haver entendimentos.
“Vai haver uma série de medidas para votar no Parlamento, há a preparação do orçamento para o ano seguinte”, lembrou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas.
O chefe de Estado nota que, “em todos estes processos, ultrapassadas as eleições europeias, é natural que um Governo que está minoritário tenha de negociar com as oposições”.
Marcelo Rebelo de Sousa recordou os tempos em que ele próprio estava na oposição e teve de negociar com o então primeiro-ministro, António Guterres – sob forte apelo daquele que era o Presidente da República, Jorge Sampaio – para que um orçamento fosse aprovado.
“Acabámos por nos entender”, concluiu.