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Plano para a saúde: "Revisão das carreiras é um aspeto crítico que tem sido desconsiderado"

Tiago Correia analisa a aprovação do Plano de Emergência para a Saúde e sublinha que os profissionais de saúde “são determinantes para o sucesso do Plano de Emergência”. O comentador SIC fala também da revisão das carreiras na Saúde e refere que este setor "está sobre uma enormíssima pressão”.

Tiago Correia

SIC Notícias

O Governo aprova esta quarta-feira em Conselho de Ministros o Plano de Emergência para a Saúde, que é uma das promessas de Luís Montenegro para os primeiros 60 dias do Executivo. Tiago Correia diz que “não há qualquer dúvida que é um bom anúncio”.

“Eu direi que este plano é importante não apenas para a área setorial, mas” é também importante “porque foi uma bandeira eleitoral durante a campanha que diferenciou, nem que seja de um ponto de vista do discurso político, o PSD face ao PS”.

O plano de está dividido em cinco áreas de atuação: recuperação da lista de espera, falta de médicos de família, a saúde maternoinfantil, os serviços de urgência e a saúde mental.

O comentador SIC explica que se o plano for cumprido nestas cinco áreas “certamente os portugueses estarão numa situação melhor do que aquela que vivemos até hoje”. Acrescenta ainda que há um “aspeto crítico que tem sido desconsiderado na discussão política” mas que tem de ser revisto.

“Os vários governos, nos últimos anos têm fugido à questão da revisão das carreiras profissionais. (…) Quanto mais tempo se adiar” esta discussão, pior vai ser para “o próximo ministro da Saúde que terá sempre uma missão mais difícil do que o seu antecessor.”

“A revisão das carreiras não é apenas uma atualização das grelhas salariais, tem a ver com a progressão da carreira, das várias categorias profissionais, tem a ver com a criação de equipas estáveis, com a aprendizagem intergeracional dos mais novos em relação aos mais velhos. Nós sabemos que historicamente foi isso que fez do Serviço Nacional de Saúde aquilo que é a referência que nós todos conhecemos”, refere.

Tiago Correia sublinha ainda a questão do aumento dos profissionais de saúde no SNS e diz que “sim, há mais profissionais”, no entanto, se “formos fazer a contabilização pelas horas de trabalho e por aquilo que o Serviço Nacional de Saúde é chamado a fazer, nós não temos um aumento significativo de profissionais”.

Afirma que, tal como aconteceu na pandemia, os profissionais de saúde “são determinantes para o sucesso do Plano de Emergência para a Saúde”.

Por isso, “nenhum decisor político vai ter sucesso na execução de um plano, deste e de outro, se estiver de costas voltadas para os profissionais”, sustenta.

Defende também que “os profissionais vão ser chamados a ter que fazer mais um pouco depois de tudo aquilo que já fizeram” pelo SNS.

“O setor da saúde está sobre uma enormíssima pressão”

O comentador SIC explica que “o setor da saúde está sobre uma enormíssima pressão” porque nos últimos anos “não houve um compromisso efetivo para que no terreno as coisas melhorassem”.

Para terminar, Tiago Correia diz que “este diretor executivo está sob pressão" e acrescenta que a "ministra da Saúde também tem um caminho apertado por causa daquilo que foram compromissos assumidos por Manuel Pizarro”.

"A própria execução do plano de emergência, que hoje é apresentado, obviamente que também vai colocar o Governo sob xeque porque o primeiro-ministro tornou isto uma bandeira eleitoral que distinguiu PS do PSD", conclui.

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