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Montenegro apresenta plano para a Saúde, mas rejeita “ilusão” de que problemas vão ficar resolvidos

O chefe de Governo e a ministra da Saúde indicaram a nova estratégia de emergência para o SNS, que passa pelo recurso aos setores social e privado. Admitem, no entanto, que não vai já ficar tudo bem.

Rita Carvalho Pereira

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirma que o novo plano de emergência e transformação na Saúde vai dar uma resposta imediata a alguns constrangimentos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas admite que “há muita coisa que só se resolve com tempo”.

O Governo apresentou, esta quarta-feira, o novo plano para a Saúde – que havia prometido anunciar nos primeiros 60 dias de governação. Passaram 57 dias desde a tomada de posse do Executivo. “Cumprimos”, congratulou-se Luís Montenegro.

Falando num “ponto de partida muito problemático”, o primeiro-ministro afirmou que o novo plano de emergência e transformação na Saúde procura dar uma resposta “urgente e imediata” aos constrangimentos no SNS, mas também fazer mudanças “estratégicas e estruturais”.

O plano, adianta o chefe de Governo, atua em “três grandes grandes dimensões”: urgência, medidas de prioridade e transformações estruturais.

“O nosso objetivo é qualificar e esgotar toda a capacidade disponível no SNS”, assegurou Luís Montenegro, defendendo que o Serviço Nacional de Saúde precisa de melhor gestão e investimento nos recursos humanos, técnicos e físicos.

Sublinhando que o novo Executivo “não faz da gestão da saúde uma questão ideológica”, o primeiro-ministro adianta que, quando a capacidade do SNS se esgotar, vai contar, em complementaridade, com os setores social e privado.

Luís Montenegro refere que este plano para Saúde conta com “mais de 50 medidas”, distribuídas por 16 programas, inseridos em “cinco eixos estratégicos”: a resposta a tempo e horas (procurando combater as listas de espera, sobretudo na oncologia); bebés e mães em segurança (dando prioridade à ginecologia e obstetrícia); cuidados urgentes e emergentes (com a requalificação e melhor gestão dos serviços de urgência); saúde próxima e familiar (combatendo a falta de resposta na medicina familiar) e saúde mental (passando pela contratação de mais psicólogos).

“Não temos nenhuma pretensão de vender a ilusão de que amanhã, nas próximas semanas, nos próximos meses, todos os problemas (...) do SNS vão ser resolvidos”, admitiu o primeiro-ministro.

“Há muita coisa que só se resolve com tempo”, confessou, antes de aproveitar para atacar aqueles que usam o SNS “como bandeira política”, em vez de como um “instrumento para dar resposta às necessidades dos cidadãos”.

Luís Montenegro conclui afirmando que o programa que apresenta é a “pensar primeiro nas pessoas” e que os portugueses vão passar a ter “razões para confiar no SNS”.

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