O cabeça de lista do PAN define como grande objetivo, nestas eleições europeias, o regresso do partido ao Parlamento Europeu. Em entrevista à SIC Notícias, Pedro Fidalgo Marques afirma que, se falhar a eleição, assume a responsabilidade da derrota.
“Sou eu que estou a encabeçar esta lista e, como é obvio assumo, as responsabilidades dos resultados”, declarou.
De acordo com a mais recente sondagem feita para a SIC/Expresso, a possibilidade de o PAN não eleger é muito real. O partido reúne, nesta altura, apenas 1% das intenções de voto.
Pedro Fidalgo Marques desvaloriza e afirma que está focado em ir para a rua e dar a conhecer as propostas que tem às pessoas, “para perceberem por que é importante votar no PAN”.
O PAN já chegou a estar representado no Parlamento Europeu, tendo elegido um eurodeputado que acabou por perder, depois de este abandonar o partido, por divergências com a direção.
As desvinculações no PAN não são um caso isolado, com muitos militantes a saírem em desacordo com a liderança de Inês Sousa Real. “As pessoas estão ou não comprometidas com as causas”, responde Pedro Fidalgo Marques, quando questionado sobre o assunto.
Também a nível nacional, o PAN já sofreu dissabores, tendo, nesta altura, uma deputada única, quando chegou a compor todo um grupo parlamentar. Questionado sobre se o partido não tem sabido crescer, Pedro Fidalgo Marques responde que, com a atual direção, o PAN tem “consolidado resultados”.
Já quanto a quem elege como o principal adversário nestas eleições, o candidato prefere jogar pelo seguro e afirma que se trata da “abstenção”.
As bandeiras do PAN na Europa
Pedro Fidalgo Marques elege como prioridades os direitos dos animais – apontando, a título de exemplo, contra o transporte de animais vivos; mas também os direitos das mulheres – pondo o foco na questão do aborto – ou o acesso à Habitação.
A neutralidade carbónica é outra das grandes bandeiras do partido, com o cabeça de lista do PAN a rejeitar que a meta de atingir esta neutralidade até 2040 seja demasiado ambiciosa.
A neutralidade carbónica pode até ser, aos olhos de Pedro Fidalgo Marques, uma forma de combater o problema das migrações - uma vez, que aponta, muitos dos refugiados que chegarão à Europa estarão a fugir - além de guerras e da pobreza – de fenómenos climáticos extremos.
O candidato do PAN afasta a existência de “portas escancaradas”, sublinhando que “é mais importante perceber o que se passa a montante”. Defende também que a resposta “tem de passar pela integração”.
O crescimento da extrema-direita é também uma preocupação para o PAN, que considera que esta se combate com “informação”, “partidos responsáveis” e “propostas que não entram em populismos”.