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Proposta do Governo "é uma ofensa" para os oficiais de justiça

As negociações entre o Ministério da Justiça e os oficiais de Justiça não correram como esperado. A proposta da tutela foi classificada como “uma ofensa” pelos sindicatos do setor. O Governo tem, contudo, uma visão diferente.

Ana Lemos

João Maldonado

SIC Notícias

As negociações entre Governo e sindicatos prosseguem, mas as expectativas estão a sair frustradas. Depois das forças de segurança, esta sexta-feira são os oficiais de justiça que estão na ordem do dia. Ministra e sindicalistas sentaram-se à mesma mesa, mas a proposta apresentada por Rita Júdice não satisfaz.

A ministra propôs que o suplemento de recuperação processual passe de 10% para 11,66% a 12 meses, neste momento está a 11 meses.

“Esta proposta é uma ofensa. Merecíamos mais, (…) foi dito pela AD que havia valorização da carreira e aquilo que nos foi apresentado não é valorização nenhuma ”, disse Carlos Almeida, do Sindicato dos Oficiais de Justiça à saída do encontro com a ministra.

Apesar de admitir que “há sempre margem para negociar”, tendo em conta aquilo que está, neste momento, em cima da mesa “não valoriza a carreira nem pouco mais ou menos”.

“Saímos bastante desapontados desta reunião. Aquilo que a senhora minista nos apresentou não serve os interesses dos oficiais de justiça”, vincou Carlos Almeida, dando conta de que há nova reunião marcada para a manhã do próximo dia 17 deste mês.

Até lá, garantiu, que a luta vai continuar.

"Vamos continuar com as nossas greves porque aquilo que aqui nos foi apresentado não valoriza a carreira. Não é possível ingressar ou retermos talentos se tivermos esta tabela", sustentou Carlos Almeida considerando que estamos perante o "regime mais exigente do que qualquer trabalhador da Amidnistração Pública".

Um “sinal de boa-fé", diz Ministério

As reuniões desta sexta-feira serviram para planear os futuros passos da negociação. Os sindicatos saíram do Ministério com uma proposta de protocolo de negociação, que inclui o aumento de 1,66% no suplemento. Se aceitarem, o aumento entra em vigor em julho, caso contrário terá de ser negociado.

A resposta, apurou a SIC junto do Ministério da Justiça, terá de ser dada na próxima reunião a 17 de maio.

Para o Governo, esta oferta é um “sinal de boa-fé”, de como quer resolver os problemas que há muito se arrastam.

Mais. É intenção do Executivo, discutir os estatutos, revisão de carreiras e salários,até ao final do ano, sustentando que esta proposta do suplemento é só o primeiro passo.

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