O Ministério Público suspeita que Manuel Serrão terá vivido durante oito anos num hotel de luxo no Porto e que as despesas terão sido pagas com dinheiro de fundos europeus, destinados a promover os têxteis portugueses.
Segundo o jornal Expresso, o alojamento que Manuel Serrão ocupou, entre 2015 e 2023, terá custado mais de 370 mil euros.
De acordo com documentos a que o jornal teve acesso, o empresário nortenho terá pago o alojamento com dinheiro que recebeu dos fundos europeus agora investigados, de forma indireta, através de emissão de faturação fictícia e circulação de fundos.
A investigação acredita que foi utilizada uma teia de empresas para fornecer faturas falsas que seriam submetidas aos programas de financiamento, nomeadamente o 'Compete 2020'.
Manuel Serrão é o principal suspeito da operação Maestro e terá lesado o Estado português em cerca de 40 milhões de euros.
De acordo com o Ministério Público, Serrão seria "o responsável técnico indiciado em sede de candidaturas em todas as operações tituladas da Selectiva Moda, sendo o responsável pela execução das mesmas e pela gestão das relações institucionais estabelecidas entre aquela Associação e os organismos intermédios AICEP - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, ou autoridades de gestão (Compete)".
Até agora, não foram realizadas quaisquer detenções no âmbito da investigação nem é conhecida a razão pela qual a Polícia Judiciária apelidou a operação de ‘Maestro’.