Já foram confirmadas nove mortes na sequência do incêndio que deflagrou num prédio em Valência, no leste de Espanha. Graças ao esforço dos bombeiros - e até de Julián, um porteiro - este número não é maior. Sara, nascida em Portugal, e Amar, que vem da Bélgica, são algumas da pessoas que foram resgatadas.
Em declarações ao TeleCinco, a cidadã portuguesa relata o desespero que passou durante o incêndio, assistido com apreensão por todo o país
“A situação, emocionalmente, foi muito forte e avassaladora para nós. Não queríamos morrer queimados”.
De varanda em varanda, aconselhados pelos bombeiros, tentavam fugir das chamas enquanto ansiavam por ajuda. Sara conta que os bombeiros, aplaudidos pelos vizinhos e espectadores, foram “heróis nacionais".
“O desempenho dos bombeiros foi inacreditável. Arriscaram a vida para nos salvar, é graças a eles que estamos aqui”, conta a portuguesa.
Sara e Amar viviam no prédio há um ano e dois meses. Escolheram Valência para viver “por causa da qualidade de vida” e não esperavam “que algo assim pudesse acontecer”.
Investigação procura causas do incêndio
A representante das autoridades locais, Pilar Bernabé, indicou não haver ainda causa identificada para o incêndio e recordou que o processo está em segredo, enquanto a autarca de Valência, María José Catalá, indicou que 105 pessoas foram realojadas em hotéis.
Um tribunal de instrução de Valência abriu esta sexta-feira um processo preliminar para investigar o incêndio e decretou sigilo para "proteger investigações policiais" e a privacidade dos envolvidos.
Uma equipa que integra uma juíza, o advogado da Administração de Justiça e quatro equipas forenses deslocou-se ao local do incêndio para proceder à retirada dos restos mortais das vítimas.
Foi ordenada a realização de autópsias e realização dos procedimentos necessários para a identificação das vítimas.
Testemunhas dos vizinhos sobre o incêndio
Outros moradores do prédio contaram ao El País que saíram de casa apenas com a roupa que tinha, tendo em conta a pressa de fugir. Até as documentações foram esquecidas dado que o fogo se propagou "muito rapidamente, numa questão de minutos".
Vicente, um dos moradores do prédio afetado pelo incêndio, contou à imprensa o que viveu.
"Foi tudo muito rápido. Há famílias inteiras que saíram com o que tinham vestido. Numa questão de 15 ou 20 minutos todo o edifício foi engolido, todos pensámos que por causa da fachada, constituída por um material que absorve muito e que, juntamente com o vento, ardeu como uma falha em Valência", afirmou.