O presidente do Sindicato Nacional da Polícia avisa que o descontentamento dos agentes pode pôr em causa as eleições legislativas e ter consequências para outro tipo de eventos em todo o país.
Em entrevista na SIC Notícias, Armando Ferreira explicou que para além dos jogos de futebol, como aconteceu este sábado com o Famalicão-Sporting, também as eleições no dia 10 de março podem estar em risco. Declarações que levaram o Ministério da Administração Interna (MAI) a reagir e informar que será aberto um inquérito à atividade da PSP no contexto dos próximos atos eleitorais.
Na SIC Notícias, o presidente deste sindicato acusou o Governo de ignorar os problemas das forças de segurança e pediu ainda ao Presidente da República e ao primeiro-ministro que se apercebam do problema que podem ter em mãos.
“Temo que se calhar o Senhor primeiro-ministro não vai ficar em funções só até ao dia 10 de março. (...) Quem transporta os boletins e urnas de voto são as forças de segurança e, se acontecer nesse dia algo semelhante ao que está a acontecer hoje, as coisas podem ganhar uma dimensão maior”, afirmou.
“Apelo mesmo ao Governo e ao senhor Presidente da República que se aperceberam dos alertas que os sindicatos têm feito ao longo destes dias e que o Governo não resolve”.
Em comunicado, o MAI informou que pediu à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) a abertura de um inquérito.
“Foi determinada à IGAI, pelo titular da área governativa da Administração Interna, a abertura de um inquérito, a respeito de declarações de um responsável sindical relativas à atividade da PSP no contexto dos próximos atos eleitorais, nomeadamente a possibilidade de estar em causa o transporte de urnas de votos.”
Famalicão-Sporting adiado por falta de polícias
Este sábado, o Famalicão-Sporting foi adiado sem data devido à falta de polícias depois de alguns dos agentes destacados para o interior do estádio terem, como forma de protesto, colocado baixa médica.
Em comunicado, a Liga explicou que não existiam condições de segurança para a realização da partida e exigiu ao Governo a abertura de um inquérito ao caso.