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Buscas na Madeira: Chega e IL desafiam Montenegro a esclarecer se mantém confiança em Albuquerque

André Ventura considera que se o primeiro-ministro se demitiu devido a uma investigação, a mesma conduta devia ser aplicada para Miguel Albuquerque. Já Rui Rocha espera por esclarecimentos de Montenegro em relação à credibilidade do líder do PSD Madeira.

SIC Notícias

Lusa

Chega e Iniciativa Liberal desafiaram esta quarta-feira o líder do PSD, Luís Montenegro, a esclarecer se mantém a confiança no presidente do Governo Regional da Madeira, quando decorrem buscas por suspeita de crimes de corrupção.

Numa declaração aos jornalistas na Assembleia da República, o presidente do Chega afirmou que é "importante perceber se Luís Montenegro vai manter a confiança em Miguel Albuquerque".

"Estamos a falar numa altura em que o primeiro-ministro se demitiu porque houve diligências judiciais e policiais na sua residência oficial e porque é suspeito da prática de um crime. A mesma bitola que se aplicou para o primeiro-ministro, vejo difícil que não se aplique a Miguel Albuquerque, uma vez que decorrem também diligências na casa oficial do presidente do Governo", defendeu André Ventura.

Ventura afirmou que Miguel Albuquerque é "um dos principais suspeitos" num "esquema de corrupção, um pacto corruptivo, que envolve vários titulares e antigos titulares [de cargos públicos] , e que envolve um grande grupo económico".

"Fica muito difícil ter condições políticas de continuar a gerir com autoridade e legitimidade", afirmou, defendendo que "não haverá outra solução neste momento" que não se demitir.

IL segue posição

Também numa declaração aos jornalistas no parlamento, o líder da Iniciativa Liberal (IL) salientou que Luís Montenegro "tem de vir dizer se mantém a confiança política em Miguel Albuquerque".

Rui Rocha afirmou que o presidente do Governo Regional da Madeira tem de vir rapidamente "dar explicações" sobre estas buscas, por se tratar de "factos que lhe estão diretamente ligados", e dizer "se considera que tem ou não condições para continuar em funções".

O líder liberal desafiou também o PAN a "manifestar a sua posição", uma vez que estabeleceu um acordo com o PSD após as últimas eleições regionais, em setembro.

PCP também duvida da continuidade

O secretário-geral do PCP afirmou que o presidente do Governo regional da Madeira deve ponderar se tem condições para continuar no cargo e considerou que o caso é "um exemplo concreto" da subordinação do poder político ao económico.

"O senhor presidente do Governo da Madeira, face às questões que estão em cima da mesa, até comparando com questões anteriores, deve refletir se tem ou não condições de prosseguir a sua governação", afirmou Paulo Raimundo em declarações aos jornalistas à frente do Palácio da Justiça, em Lisboa, depois de ter entregado as listas da CDU para as legislativas por aquele círculo eleitoral.

Para o líder comunista, é importante que as investigações que estão em curso, com buscas na Madeira, nos Açores e no continente, "se esclareçam o mais rapidamente possível".

"É do interesse de todos que assim seja", defendeu, acrescentando que não se devem tirar "conclusões precipitadas".

O secretário-geral do PCP considerou que, apesar de este processo só ter horas, está "assente em questões que têm décadas", referindo-se em particular ao facto de "o poder político estar subordinado ao poder económico".

Buscas na Madeira

A Polícia Judiciária (PJ) está a realizar cerca de 100 buscas na Madeira, nos Açores e em várias regiões do continente, por suspeita de crimes de corrupção, participação económica em negócio, prevaricação e abuso de poder, entre outros, disse à Lusa fonte ligada ao processo.

A mesma fonte indicou que as buscas na Madeira estão a decorrer "em várias áreas do Governo da Madeira e empresas".

A Câmara Municipal do Funchal (PSD/CDS-PP), presidida por Pedro Calado (PSD), confirmou de manhã que foi alvo de buscas da PJ.

O presidente do executivo madeirense (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque (PSD), acompanhou as buscas à sua residência, constatou a Lusa no local, e cancelou a agenda pública.

A Lusa constatou ainda que o líder do Governo Regional saiu pelas 12:00 da sua residência e dirigiu-se para a Presidência do Governo Regional, na Quinta Vigia, no Funchal. FM

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