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CML prevê melhorias na reposição dos "abrigos" nas paragens de autocarro

Têm existido várias queixas no que diz respeito ao atraso da substituição dos abrigos nas paragens de autocarro, especialmente por ser inverno e existir mais precipitação.

(Arquivo)
Rafael Marchante

Lusa

As cerca de 1.750 paragens de autocarro em Lisboa estão a ser intervencionadas, inclusive com a substituição dos abrigos, o que tem gerado "diversas queixas" relativamente às obras, confirmou esta segunda-feira a câmara municipal, prevendo melhorias no processo em curso.

"A CML [Câmara Municipal de Lisboa] tem conhecimento de diversas queixas associadas à realização de obras, incluindo a demora na instalação, a reposição de calçada e a falta de colocação de baias na realização dos trabalhos", indicou o município, referindo-se à substituição de equipamentos de publicidade no espaço público, alguns em paragens de autocarro, no âmbito do contrato celebrado com a empresa JCDecaux.

Em resposta à agência Lusa, a câmara disse que tem procurado "assegurar junto do concessionário" que todos os procedimentos sejam melhorados.

O contrato celebrado entre a CML e a JCDecaux prevê a instalação e exploração de publicidade da totalidade dos abrigos em paragens de autocarro na cidade de Lisboa (até 2.000), MUPI - Mobiliário Urbano Para Informação (no total de 900) e painéis publicitários (125).

Aprovado pela câmara em setembro de 2022, o contrato com a JCDecaux tem um prazo de 15 anos, com a empresa a pagar 8,3 milhões de euros por ano como contrapartida da atribuição da concessão.

"No âmbito deste contrato serão substituídas todas as paragens de autocarro, que atualmente ascendem a cerca de 1.750", informou a CML, explicando que esta intervenção permite uma melhoria do espaço público, "com a substituição de equipamentos que se encontravam em muitos casos degradados, bem como novas funcionalidades".

De acordo com a câmara, os abrigos de paragens de autocarro serão colocados em número superior ao atualmente existente e a preocupação do município na colocação dos novos equipamentos é assegurar que cumprem as regras de acessibilidades pedonais, a segurança rodoviária e o enquadramento paisagístico.

"Este processo assume uma complexidade assinalável, estando envolvidos na implementação do contrato diversos serviços da CML, assim como um número considerável de entidades externas incluindo, designadamente, a E-redes, Carris, Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), o Metropolitano de Lisboa e a Cemark, empresa concessionária de cerca de metade dos equipamentos existentes e que serão substituídos pelos da nova concessionária", indicou o município.

A substituição genérica de equipamentos de publicidade no espaço público teve início em setembro de 2023, na freguesia de Alvalade, estimando-se que esteja concluído "até ao verão de 2024", adiantou a CML, referindo que a escolha das zonas a intervir e a sua sequência teve em consideração as características específicas de cada zona.

Reforçando que o processo é complexo e obriga a passos sucessivos de cortes de ramal, substituição dos equipamentos e construção de cortes de ramal, com o envolvimento de várias entidades, a câmara admitiu que pode haver "algum impacto no espaço público, que se tem procurado minorar ao tentar encurtar o tempo de substituição".

Relativamente às queixas, inclusive sobre o estado da calçada após as obras, a CML informou que "o concessionário terá de repor o solo nas condições existentes antes das obras, não podendo explorar comercialmente os equipamentos antes que tal suceda".

"Algumas das queixas prendem-se com o estado em que é deixada a calçada quando são realizados os cortes de ramais que são executados pela E-redes (etapa prévia e sem a qual os equipamentos não podem ser removidos). Já demos igualmente nota à E-redes para a necessidade de repor a calçada quando executa os cortes de ramais", esclareceu a câmara.

Como queixosa, a Junta de Freguesia de Benfica concedeu à empresa JCDecaux um prazo máximo de 10 dias úteis para concluir as obras, situação que é do conhecimento da CML, que tem tentado envolver as Juntas de Freguesia neste processo de substituição de equipamentos, pedindo apoio na divulgação junto das populações.

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