Da esquerda à direita, os partidos foram unânimes nas críticas à mensagem de Natal de António Costa divulgada esta segunda-feira, afirmando que faltou ao primeiro-ministro falar dos problemas reais dos portugueses.
No PSD, Paulo Rangel acusou António Costa de ignorar a crise política e a demissão do Governo.
O vice-presidente dos sociais-democratas acusou ainda os socialistas de “desbaratarem” a credibilidade do Governo e descreveu a governação do PS como “impostos máximos e serviços mínimos”.
Rui Rocha, da Iniciativa Liberal, disse que António Costa “está cada vez mais distante da realidade” e que, por isso, a melhor prenda de Natal que os portugueses poderiam ter é este ser o seu último discurso de Natal como primeiro-ministro.
No Chega, André Ventura destacou a incapacidade de António Costa assumir responsabilidade pelos problemas do país. O líder do partido disse que faltaram, na mensagem de Natal, os dois tópicos principais: a confiança na justiça e a crise nas instituições e ainda o estado da saúde.
O CDS considera que António Costa se focou apenas no passado e nos sucessos do PS e que se esqueceu do mau legado que deixa ao país. Paulo Núncio classifica mesmo o Governo socialista como “um dos mais incompetentes” da história da democracia.
“Foi uma mensagem virada para o passado em que tentou justificar o caos da liderança socialista.”
À esquerda, o Bloco de Esquerda considera que o discurso de António Costa merecia uma referência a alguns dos principais problemas dos portugueses, como é o caso da habitação e da saúde. Marisa Matias classificou a maioria absoluta como um “tempo intranquilo” e deixou um recado para as eleições:
“É a demonstração clara de que as mesmas soluções de sempre não resolvem os problemas.”
Igualmente, o PCP acusou o primeiro-ministro de esquecer os problemas do país. Jaime Toga disse que a declaração de António Costa “não bate certo com a vida das pessoas”.
O PAN também defende que António Costa se esqueceu de fazer referência aos problemas reais do país na mensagem de Natal. Inês de Sousa Real diz mesmo que a maioria absoluta foi uma oportunidade desperdiçada.
O porta-voz do Livre, Rui Tavares, lamentou que o primeiro-ministro tivesse dedicado a sua última mensagem de Natal à confiança nos portugueses, quando não os envolveu nas grandes decisões da sua governação.
As críticas da oposição foram unânimes. Já o PS acredita que a mensagem de Natal de António Costa apela à coesão. João Torres disse que o primeiro-ministro deixou um legado de estabilidade no país.