Ao final da tarde, António Costa votou em Lisboa para eleger o seu sucessor. À saída, aos jornalistas, recusou revelar em qual dos três candidatos votou, optando por destacar a “grande mobilização” dos militantes socialistas.
“O voto é secreto mas acho que é muito bom sinal ver tantas pessoas a votarem, significa que há uma grande mobilização por parte dos socialistas e isso é importante que aconteça neste virar de página (…). Vou reunir com aquele que os socialistas elegerem como secretário-geral do PS e, portanto, no domingo ao meio-dia lá estarei no Largo do Rato para receber o novo secretário-geral do PS e manifestar-lhe todo o meu apoio e solidariedade”, disse.
Esta passagem de testemunho significa que vai pôr os papéis para a reforma? “Não tenho idade para isso e enquanto estamos conscientes, livres, vivos, somos cidadãos políticos", o que, sublinhou, "não significa exercer cargos políticos”.
“Uma coisa é certa: não tenho idade para pôr os papéis para a reforma, nem vontade e, portanto, vou trabalhar e fá-lo-ei com gosto”.
Questionado sobre se vai participar na campanha eleitoral, António Costa garantiu que enquanto “militante muito disciplinado” que é fará o que lhe “disserem para fazer”. Portanto, rematou, “farei na campanha o que o próximo líder quiser”.
Além desejar “o maior sucesso” ao seu sucessor, destacou que dos três, “há dois candidatos com grande experiência” e que quem quer que seja eleito poderá contar com António Costa “para tudo”.
Um fim de semana ‘rosa’
Os primeiros resultados eleitorais serão divulgados pelas 23:30 de sábado, na sede nacional do PS, pelo presidente da Comissão Organizadora do Congresso (COC), Pedro do Carmo.
O processo eleitoral no PS foi aberto com a demissão de António Costa das funções de primeiro-ministro em 7 de novembro, após ser tornado público que era alvo de um inquérito judicial no Supremo Tribunal de Justiça, no âmbito da Operação Influencer.
António Costa afirmou logo nesse dia que não se recandidataria às funções de primeiro-ministro nas eleições legislativas, que viriam a ser antecipadas pelo Presidente da República para 10 de março.
Além do novo líder do partido, os socialistas vão eleger entre hoje e sábado 1.400 delegados (aos quais se juntam 1.100 com direito de inerência) ao congresso nacional, que se realizará entre 5 e 7 de janeiro, na Feira Internacional de Lisboa.
De acordo com dados fornecidos pela Comissão Organizadora do Congresso (COC), dos 80 mil membros inscritos no PS, cerca de 60 mil regularizaram o pagamento das suas quotas até 1 de dezembro, estando em condições de votar nas diretas para a escolha do novo líder e nas eleições de candidatos a delegados ao congresso.
Esta sexta-feira, votam os militantes das federações de Lisboa, Aveiro, Bragança, Castelo Branco, Évora, Guarda, Leiria, Portalegre, Oeste, Setúbal, Viana do Castelo e Vila Real. No sábado, há eleições nas federações do Algarve, Baixo Alentejo, Braga, Coimbra, Porto, Santarém, Viseu, Açores e Madeira.
Com LUSA