António Larceda Sales, ex-secretário de Estado da Saúde, admite que não se lembra se marcou a consulta para as gémeas no Santa Maria. Anunciou que vai pedir o acesso a toda a documentação do caso das gémeas recolhida pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).
Lacerda Sales disse que “nenhum Secretário de Estado teria esse poder e que seria muito mau qualquer médico no seu compromisso ético se deixasse influenciar”.
“O ex-Secretário de Estado, que também é médico, acabou de dizer que jamais uma equipa de médicos ou um médico vergaria a qualquer tipo de pressão política. Afinal, a pressão veio dele, afinal ele também está no processo”.
Luís Delgado considera outra coisa importante que tem de ser apurada é como se decide que um medicamento é necessário.
“Uma outra coisa importante é a que título, de que forma é que os médicos, um diretor clínico, aqueles médicos especificamente naquele caso específico, disseram [que o medicamento] , é necessário, as crianças precisavam, do ponto de vista profissional estavam a aplicar aquilo que sabem, aquilo que era o seu entendimento, mas depois, com certeza que têm que passar isso para alguém que determina se é possível comprar, se o Estado tem dinheiro ou não, que deve ser o Infarmed”.
“Acho que há aqui uma cadeia de atuações muito, muito inaceitáveis, que é preciso apurar tudo internamente no Santa Maria para sabermos de uma vez por todas, porque é que isto aconteceu, como é que aconteceu, se era necessário do ponto de vista médico. Mas então esse critério aplica-se a todas as pessoas, a todas as crianças, a todos os bebés que tenham o mesmo tipo de problema”.