Mais de 400 vagas ficaram por preencher no concurso para a escolha da especialidade médica, mais do dobro face ao ano passado. As áreas onde há mais falta de médicos foram também aquelas que ficaram com mais lugares por ocupar. É o caso da Medicina Geral e Familiar.
Ordem e sindicatos dizem que é precisamente a falta de atratividade do Serviço Nacional de Saúde que justifica este números.
Por não anteciparem boas condições de trabalho, cerca de 500 médicos terão optado por nem sequer escolher uma especialidade. Foi na região de Lisboa e Vale do Tejo que ficaram mais vagas por preencher.
O concurso para a formação de médicos especialistas terminou no sábado com 1.836 das 2.242 vagas preenchidas, anunciou a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), assumindo preocupação com a diminuição das escolhas em Medicina Interna.
Em comunicado, a ACSS destaca que "em 33 das 48 especialidades foram ocupadas 100% das vagas a concurso", que "em 22 dessas especialidades foi registado o maior número de colocados de sempre" e que as 10 vagas do plano especial de formação para as zonas de baixa densidade foram "ocupadas na totalidade".
Por outro lado, reconhece como "motivo de preocupação" a diminuição das escolhas pela especialidade de Medicina Interna, onde foram ocupadas apenas 104 das 248 vagas a concurso, sendo que este número foi "só parcialmente compensado pela admissão de 68 candidatos na especialidade de Medicina Intensiva".
"Tratando-se de uma especialidade nuclear para o funcionamento das unidades hospitalares, o Ministério da Saúde desenvolverá, em conjunto com as instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e em colaboração com a Ordem dos Médicos, uma análise sobre as razões que levam a uma menor preferência por esta especialidade", enfatiza.
Segundo a ACSS, as 1.836 vagas ocupadas no processo de escolhas para a área de especialização do Internato Médico de 2023 foram ocupadas por 80% dos candidatos que reuniam as condições necessárias.
Com LUSA