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Operação Influencer: "Erros que têm vindo a público não têm qualquer relevância no desfecho do processo"

Adão Carvalho, presidente do Sindicato dos Magistrados Ministério Público, comenta na SIC Notícias os últimos desenvolvimentos da Operação Influencer e os erros que têm sido apontados aos procuradores envolvidos no processo.

SIC Notícias

Adão Carvalho, presidente do Sindicato dos Magistrados Ministério Público (SMMP), afirmou na SIC Notícias, este domingo, não estar “minimamente preocupado” com os erros que têm sido apontados aos procuradores responsáveis pela Operação Influencer, que investiga os negócios do lítio e do hidrogénio verde e levou a cinco detenções, além da constituição de arguido do então ministro João Galamba e à demissão de António Costa. Considerou ainda que estes fazem parte “de uma total campanha de desinformação”.

“Para além desses erros, que têm vindo a público, não terem qualquer relevância no desfecho do processo, em qualquer decisão que até agora foi tomada, a verdade é que nós estamos ainda numa fase em que apenas existiu uma decisão para efeitos de aplicação de medidas de coação”, sublinhou Adão Carvalho, lembrando que “não há uma acusação, que é no fundo o despacho final do Ministério Público (MP) quando termina o inquérito, e que esse sim fixa o objeto do processo e os factos que vão ser imputados”.

O presidente do SMMP acrescentou ainda que é “nessa altura, perante a prova que entretanto foi recolhida, que o MP vai fazer o juízo de considerar que há indícios suficientes e portanto acusa, ou que não há e vai arquivar”, sendo que é “só nesse despacho que é, no fundo, exigível que os factos sejam finalmente fixados pelo MP”.

Sobre um possível mal-estar no setor, devido às críticas associadas aos erros que foram tornados públicos, Adão Carvalho afirmou que é necessária uma reflexão.

“Sou magistrado do MP e não sinto esse mal-estar. De facto, temos de refletir sobre se é normal que, perante aquilo que é o exercício de uma competência do MP, e vamos aqui ser claros, se há uma suspeita por quem quer que seja da prática de um crime, o MP não tem outra alternativa que seja não instaurar um inquérito, e é bom que assim seja, não está dependente de qualquer cenário político, nem de qualquer outra circunstância”, referiu o presidente do SMMP, atirando que “todos os que têm vindo a público defender o contrário ou não conhecem o nosso sistema, ou estão a tentar criar na opinião pública alguma desinformação”.


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