O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, anunciou esta quarta-feira apoio a José Luís Carneiro, considerando que este é o candidato que "dá melhores garantias de preservar a autonomia política do PS”, disse em entrevista à RTP3.
Esta posição sobre as eleições diretas para a sucessão de António Costa para a liderança dos socialistas, que este sábado serão marcadas para os dias 15 e 16 de dezembro, foi transmitida pelo ex-ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, logo no início de uma entrevista conduzida pelo jornalista Vítor Gonçalves.
"Parece-me ser o que melhor representa o PS e o espaço político do PS, um partido de gente do centro esquerda e da esquerda", justifica.
Augusto Santos Silva mencionou também as provas dadas por José Luís Carneiro nos governos e a "prudência e a empatia" com as pessoas com que desempenhou os cargos de secretário de Estado das Comunidades (do ministro Santos Silva) e de ministro da Administração Interna.
Afirmou também ser o socialista "que dá melhores garantias de preservar a autonomia política do PS" que faz "as alianças que o interesse nacional exige", mas que tem "uma direção e programa próprios".
O PS, diz ainda, "não é apenas a estrutura de militantes que conta", mas também "a sua base eleitoral, por isso deve falar para essa base eleitoral", defende Santos Silva.
Santos Silva rejeita uma abordagem "do tipo frentista. Não deve dissolver a sua autonomia própria numa frente que seja mais ampla". Quando questionado sobre se Pedro Nuno Santos coloca isso em risco, Santos Silva evitou entrar nesse confronto.
Apoiantes de José Luís Carneiro e Pedro Nuno Santos
Segundo avançaram esta quarta-feira os jornais Público e o Observador, também o ministro das Finanças, Fernando Medina, e o ex-ministro José António Vieira da Silva deverão manifestar nos próximos dias o seu apoio à candidatura de José Luís Carneiro.
Por sua vez, a candidatura do ex-ministro Pedro Nuno Santos tem afirmado que conta com o apoio da maioria dos presidentes das federações, entre elas as de maior dimensão como Porto, Lisboa e Braga, bem como de figuras como a do histórico socialista e membro do Conselho de Estado Manuel Alegre.