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Aterragem na Caparica: o que disse o piloto instrutor em tribunal?

O piloto instrutor é o único arguido no caso da aterragem de emergência que matou duas pessoas na praia de São João da Caparica. Na primeira sessão de julgamento, seis anos depois, falou sobre o momento fatídico.

Ana Isabel Leite

Começou esta quinta-feira o julgamento do piloto instrutor que aterrou de emergência na Costa da Caparica e provocou a morte de duas pessoas, um adulto e uma criança. Diz que cumpriu todos os procedimentos e que fez tudo para não aterrar num local com tantas pessoas.

A primeira sessão de julgamento acontece seis anos depois do acidente que matou duas pessoas, um homem de 56 anos e uma criança de oito, na praia de São João da Caparica.

Carlos Conde d'Almeida, o piloto instrutor da aeronave, está acusado de dois crimes de homicídio por negligência e do crime de atentado à segurança de transporte por ar.

Na sessão desta quinta-feira, o piloto instrutor descreveu o que se passou na tarde de 2 de agosto de 2017.

A aeronave descolou do Aeródromo de Cascais e tinha como destino Évora, mas registou um problema no motor cerca de cinco minutos depois de ter levantado voo.

O que disse o piloto instrutor?

Em tribunal, o piloto instrutor garantiu que seguiu todos os procedimentos adequados e que tentou, de todas as formas, que o aparelho aterrasse num local com pouca água e onde não houvesse quase ninguém.

“Tentei por todas as formas, chegar àquele ponto com água, com pouca água e não havia quase ninguém. Não consegui chegar lá”, disse.

Diz que o despacho de pronúncia tem fatos incorretos e esclarece que, para ele, o piloto - o aluno de 27 anos - tinha experiência suficiente de voo.

Defendeu ainda que tentou, várias vezes, voltar a ligar o motor para evitar a queda.

Carlos Conde d'Almeida é o único arguido neste processo. Na decisão instrutória, o tribunal decidiu não levar a julgamento responsáveis da Autoridade Nacional de Aviação Civil e três elementos da Escola de Aviação Aerocondor.

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