Vitor Escária, atual chefe de gabinete de António Costa, volta a estar em destaque na esfera pública depois de ter sido detido pelas autoridades, esta terça-feira, num processo que envolve a exploração de lítio e hidrogénio verde em Montalegre. Mas quem é este economista que trabalha de perto com o primeiro-ministro há três anos?
Corria o ano de 2020 quando Vítor Manuel Álvares Escária sucedeu a Francisco André no cargo de chefe de gabinete de António Costa. No entanto, esta não foi a primeira vez que trabalharam juntos, isto porque o economista já tinha sido assessor económico do chefe do Executivo entre 2016 e 2017.
Nesse ano, foi obrigado a demitir-se quando se viu envolvido no caso das viagens pagas pela Galp ao Euro 2016 - conhecido como “Galpgate” -, disputado em França. Acabou por escapar ao julgamento depois de pagar uma multa no valor de 1.200 euros.
De assessor económico de Sócrates à “Operação Marquês”
Porém, antes de trabalhar com Costa, Vítor Escária já havia desempenhado funções junto de um primeiro-ministro, uma vez que entre os anos de 2005 e 2011 foi o principal assessor económico de José Sócrates. Na época, chegou a estar ligado à mediática "Operação Marquês", mas apenas depôs como testemunha e acabou por não ser acusado de qualquer crime.
A nível académico, concluiu em 1994 a licenciatura em Economia, pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) da Universidade Técnica de Lisboa. Três anos depois, em 1997, terminou o mestrado em Economia Monetária e Financeira na mesma instituição, antes de se doutorar em Filosofia Económica pela Universidade de York, no Reino Unido. Há vários anos que é também professor auxiliar no Departamento de Economia, na área de Economia Aplicada e Métodos, do ISEG.
Galamba constituído arguido, cinco pessoas foram detidas
Esta terça-feira, Vítor Escária volta a estar debaixo de escrutínio público depois de ter sido detido pelas autoridades após uma investigação lançada pelo Ministério Público no âmbito de vários negócios ligados à exploração de lítio e hidrogénio verde na região de Montalegre.
Para além do chefe de gabinete de António Costa, foram ainda detidos o empresário Diogo Lacerda Machado, o presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas, e Rui Oliveira Neves e Afonso Salema, executivos de empresas de Sines, segundo apurou a SIC.
O ministro das Infraestruturas, João Galamba, outro dos visados nas buscas, foi constituído arguido. Já o primeiro-ministro será investigado pelo Supremo Tribunal de Justiça num processo autónomo.