País

Livre só faz "juízo político" após explicações de António Costa sobre investigações da PGR

O deputado único, e líder, do Livre considera que António Costa deverá prestar declarações ao país, e também tomar decisões. Só após isso, é que se podem extrair conclusões.

Maria Madalena Freire

Rui Tavares, líder e deputado único pelo Livre, afirma que o primeiro-ministro, António Costa, deverá prestar esclarecimentos ao país, tendo em conta o decorrer de investigações que levaram a buscas a residências de membros do Governo e ao próprio chefe do Executivo.

"Evidente que o senhor primeiro-ministro deve falar ao país para esclarecer aquilo que entende acerca do que se passou que envolve o Governo e agir tendo em conta com os esclarecimentos que prestar", disse Rui Tavares, na Assembleia da República aos jornalistas.

No entanto, em relação à posição do Livre sobre o caso, Rui Tavares considera que só poderá extrair conclusões após os esclarecimentos dados e alguma ação efetuada-

“A partir do momento que tome ações que considere necessárias, haverá lugar para um juízo político que todos nós faremos em relação a se os esclarecimentos e ações são suficientes”, conclui o deputado único.

Mais. Rui Tavares acrescenta que o Livre não antecipa “juízos que contribuam para inflamar ainda mais o ambiente”, defendendo que não deve haver a tentação por parte dos partidos de "tentar tirar proveitos políticos".

Por outro lado, o Livre salientou que "não deve impender nenhuma mácula" na investigação sobre os processos de exploração de lítio e hidrogénio.

"As pessoas têm de ter total confiança que transparência e responsabilidade imperam nos processos de transição energética, só dessa forma teremos as pessoas e sociedade connosco", disse

O lítio

De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o primeiro-ministro é alvo de uma investigação autónoma do Ministério Público num inquérito instaurado no Supremo Tribunal de Justiça.

O ministro das Infraestruturas, João Galamba, foi constituído arguido, bem como o Presidente do Conselho Diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

Em comunicado, a PGR indica que "poderão estar, designadamente, factos suscetíveis de constituir crimes de prevaricação, de corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e de tráfico de influência".

Foram detidos o chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, o consultor próximo de Costa, Diogo Lacerda Machado, e o presidente da Câmara Municipal de Sines, o socialista Nuno Mascarenhas, assim como dois administradores de empresas.

Com Lusa

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