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E depois dos incêndios? Tenta-se preparar o futuro em Leiria e Ourém

As marcas na paisagem não deixam dúvidas que por aqui andou o inferno este verão. Agora, para quem quer ou pode, o momento é de limpar as árvores perdidas para o fogo, e fazer contas a uma riqueza que quase se desvaneceu.

Ricardo Venâncio

Samuel Vaz Filipe

Entre os 20 maiores incêndios do ano, quatro ocorreram numa área circunscrita aos concelhos de Leiria e Ourém. Além de reparação dos estragos, tenta-se já preparar o futuro da floresta.

A Polícia Judiciária deteve pelo menos dois suspeitos, com cerca de 30 anos, de terem ateado fogos na zona que é fronteira entre os concelhos de Leiria e Ourém, ao longo de agosto. Ficaram em prisão preventiva, sendo que um deles já tinha sido condenado por atos semelhantes.

Colada à Caranguejeira, a freguesia de Matas e Cercal, já no concelho de Ourém, também não teve descanso com ignições constantes.

Este ano, Ourém viu arder 1.000 hectares. O impacto foi menor do que no ano passado. Ainda assim, os três programas de recuperação em andamento ascendem a dois milhões de euros.

A luta é constante para proteger o território e as áreas integradas de proteção da paisagem são a mais recente tentativa.

Programa de reflorestação em Leiria

Já em Leiria, aposta-se no reforço da videovigilância da floresta e no esforço de voluntários. Também se quer tornar a floresta mais resiliente.

O município lançou um programa de reflorestação com o objetivo de plantar nas áreas ardidas, espécies autóctones mais resistentes ao fogo.

72 proprietários já demonstraram interesse num modelo que une privados. A ideia é avançar ainda este ano, com o valor por hectare ainda a ser definido.

Tenta-se assim evitar que as manchas de floresta abandonada sejam um barril de pólvora, numa zona onde o Verão em vez de descanso é época de medo e sobressalto.

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