O padre que denunciou outros 12 padres suspeitos de abuso sexual a crianças, alguns ainda no ativo, foi castigado pela Igreja, avança o Expresso. Tem de doar um salário e pedir desculpa a Nuno Aurélio, um dos colegas que acusou de pedofilia.
O Joaquim Nazaré realizou um depoimento presencial à comissão independente que investigava crimes sexuais na Igreja, revelou o próprio ao Expresso, em 2022. Um dos suspeitos de pedofilia era Nuno Aurélio.
Segundo o jornal Expresso, depois da denúncia ao Ministério Público (MP) e à comissão independente, Joaquim Nazaré foi julgado por três juízes diocesanos do Tribunal Patriarcal de Lisboa pelos crimes de falsidade e lesão ilegítima de boa fama.
Nuno Aurélio avançou com uma queixa contra Joaquim Nazaré, depois de denúncias deste ao Expresso e à RTP, no ano passado. A justiça eclesiástica deu recentemente razão a Aurélio. De acordo com a sentença do Tribunal Patriarcal de Lisboa, "não provou nenhuma das acusações".
A justiça eclesiástica considerou ter havido difamação da parte do sacerdote ao fazer acusações ao padre Nuno Aurélio na comunicação social.
O sacerdote tem de pedir desculpa a Nuno Aurélio "pessoalmente" e "publicamente, através dos canais diocesanos" e doar um salário, a reverter para o fundo do clero, adianta o Expresso. Até lá, está "proibido de exercer qualquer ofício público" no território do Patriarcado de Lisboa.