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Cancelada polémica parceria entre o Brasil e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa

A auditoria à Santa Casa Global, nome dado à empresa criada pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa para a internacionalização, deverá ser conhecida até ao final do mês de outubro.

Carolina Reis

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa cancelou o projeto de exploração de jogo e lotaria no Brasil. Em causa estava uma polémica parceria com o banco do Brasil, assente numa complexa rede de empresas e sociedades que levantou dúvidas à atual direção.

Auditores da consultora BDO e advogados da atual administração estão a analisar documentos a assumir o controlo das empresas criadas pelo antigo provedor, Edmundo Martinho, para internacionalizar a Santa Casa.

Em contrapartida, às mãos da provedora da Santa Casa de Lisboa, Ana Jorge, chegara dados suficientes para cancelar a pareceria entre a Santa Casa e o Banco de Brasília, que pretendia explorar o jogo e lotaria do distrito federal.

Segundo o jornal Público, que avançou a notícia, Ana Jorge tomou a decisão para evitar perder mais 14 milhões de euros.

“Perante os dados apresentados pela BDO, que apontavam para procedimentos que não cumpriam as ordens em vigor e irregularidades, a mesa decidiu informar a Procuradoria Geral da República (PGR) dos elementos disponíveis e no dia 18 de setembro entregou esses elementos a PGR dando nota à senhora ministra”, afirmou Ana Jorge.

Estas palavras de Ana Jorge, em setembro, deixavam adivinhar que estava em risco o projeto de Edmundo Martinho, que acabou por criar cinco empresas com 11 sócios no Brasil.

Edmundo Martinho deu uma entrevista à RTP3, onde se defendeu, dizendo que as decisões eram coletivas, tomadas por um grupo de trabalhadores qualificado, e que o dinheiro transferido constava dos orçamentos da instituição, pelo que a tutela sabia.

A auditoria à Santa Casa Global, nome dado à empresa criada para a internacionalização, deverá ser conhecida até ao final do mês de outubro.

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