O primeiro dia da visita do chefe de Estado português à Bélgica ficará marcado por um ataque terrorista que vitimou duas pessoas. Sem querer “especular”, o Presidente Marcelo destaca que a “imprevisibilidade” é uma das características do terrorismo, mas assegura que “as estruturas na Europa” e em Portugal estão “preparadas para prevenir e tentar enfrentar” estas situações.
Marcelo já estava em Bruxelas, para uma visita de Estado aos país, quando era notícia em todo o mundo que duas pessoas tinham sido baleadas por um indivíduo no coração de Bruxelas. Desde logo, numa nota publicada no site da Presidência, “exprimiu a sua solidariedade ao Rei Philippe dos Belgas e ao Rei Carlos Gustavo, da Suécia, e a sua condenação do ataque (…) que vitimou inocentes cidadãos suecos".
Esta terça-feira, a “normalidade” parece ter voltado à cidade, destacou em declarações aos jornalistas, depois de um contexto “de preocupação”, apesar da “atuação muito rápida e eficaz das autoridades belgas”.
“Olhando para as medidas de segurança e para o ambiente [em Bruxelas], à medida que o tempo corre, houve a perceção mais clara do que aconteceu ontem, e a sensação que se tem é que há alguma normalidade de funcionamento”, disse, recusando “especular sobre a matéria por ser uma forma de dramatizá-la”.
Ainda assim, salientou, “é evidente que todo o mundo tem a noção de que uma das características do terrorismo é a sua imprevisibilidade. (…) Essa era a palavra que queria dar: ninguém pode garantir que não há terrorismo em nenhum país no mundo”.
Agora “o que é certo é que as estruturas na Europa, e claramente em Portugal, naturalmente estão preparadas para prevenir e tentar enfrentar, na medida do possível, essa situação”.
Este esclarecimento, prosseguiu, “é importante” porque este tipo de situações podem surgir “uma de duas tentações: uma que é a de pegar nos factos vividos e criar uma situação de espírito de alarme constante, (…) mas há hoje uma estrutura de prevenção e defesa muito mais sofisticadas do que havia no passado, aprendeu-se".
Em segundo lugar, “no caso português, é muito claro que não faz sentido nenhum fazer especulações, como começar a falar do fenómeno da migração ou de migrantes e daí começar a estabelecer cenários. Os portugueses têm que ter a noção de que somos específicos na própria Europa, temos 700 mil migrantes no país, dos quais a maioria é de países de língua portuguesa”. Todos os outros, cerca de 200 mil ou menos “vêm de vários países”.
A “segurança é muito importante para as pessoas" mas, em simultâneo, as estruturas de segurança estão a ter “uma capacidade de prevenção e de resposta crescentes, agora ninguém pode garantir que não haja atos criminosos em acontecimentos de massas, pontuais ou menos pontuais".
Notícia atualizada às 16:21