A demissão de médicos especialista de obstetrícia do hospital de Santa Maria, em Lisboa, que alegaram uma degradação das condições laborais e assistenciais, motivou a audição parlamentar pedida pelo Bloco de Esquerda, que manifestou preocupação.
“Este conselho de administração não tem condições para estar à frente do hospital de Santa Maria”, disse a deputada Isabel Pires, alegando que foi lançado o caos no serviço de obstetrícia e acusando o hospital de abrir a porta dos privados.
Em resposta, a Presidente do conselho de administração explicou que estão a ser já realizadas as obras previstas na maternidade, que levaram à deslocalização de equipas para o hospital São Francisco Xavier.
Sobre a qualidade do atendimento, o diretor de ginecologia garantiu que as grávidas não estão a ser abandonadas. Alexandre Valentim explica que, em julho, foram deslocadas 11 grávidas de baixo risco para o privado para conseguirem lidar com os picos de afluência previstos.
As dificuldades que algumas mulheres terão encontrado para realizar interrupções voluntárias da gravidez também mereceram uma explicação. De acordo com Alexandre Valentim, em agosto não foram realizadas interrupções voluntárias da gravidez cirúrgicas, apenas médicas, uma vez que os dois médicos que as realizavam rescindiram contrato. Entretanto, diz o diretor de ginecologia, já foi contratado um médico.
A Presidente da conselho de administração do hospital de Santa Maria garantiu que, em meados de 2024, as portas da maternidade reabrem, depois das obras de requalificação.