País

Crise nas urgências: "Não devemos sacrificar os portugueses", diz Marcelo

O chefe de Estado afirma que será crucial encontrar no diálogo, pontos positivos nos próximos dias, alertando para a importância de não sacrificar os portugueses.

JOSE COELHO

SIC Notícias

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, mostrou-se preocupado com a decisão da administração do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, em ativar o plano de contingência, devido à grande afluência" de doentes ao serviço de urgência.

O chefe de Estado afirma que será crucial encontrar no diálogo, pontos positivos nos próximos dias, alertando para a importância de não sacrificar os portugueses.

"Há uma clara de noção da parte de todos da importância de que não devemos sacrificar os portugueses, e a minha expectativa é que nos próximos dias fosse possível encontrar nesse diálogo pontos positivos", começou por dizer à margem da 18.ª reunião do Grupo de Arraiolos que decorreu esta sexta-feira, no Porto.

O Presidente da República disse ainda que está preocupado com a situação e que está a acompanhar os desenvolvimentos, referindo que esteve na num encontro internacional mas sempre “de olho” na saúde portuguesa.

"Estou a tentar informar-me sobre as hipóteses que há de manter o diálogo até ao limite do possível. Se não estive preocupado com a situação não estava no meio de uma reunião internacional e sempre a acompanhar tudo o que se passa na saúde em Portugal", atirou.

O Santa Maria, o maior hospital do país ativou esta sexta-feira o plano de contingência devido à grande afluência às urgências. O apelo é para que apenas recorram à urgência da unidade hospital os doentes que necessitam de cuidados urgentes e emergentes.

Diretor-executivo do SNS reúne-se com núcleo duro de hospitais

O diretor-executivo do SNS reúne-se este sábado com os presidentes de administração, diretores clínicos e diretores de urgência dos hospitais.

Ao que a SIC apurou, serão várias reuniões ao longo do dia, presenciais e por videochamada.

A direção clínica do SNS irá apresentar propostas para resolver o problema das urgências, mas quer também ouvir os vários envolvidos.

Entre as propostas poderá estar um plano semelhante ao que foi traçado para as maternidades, envolvendo sempre uma resposta em rede entre os diferentes hospitais.

Serviços afetados neste fim de semana

As urgências de obstetrícia em Braga e também o bloco de partos já têm atendimento condicionado desde esta sexta-feira, estando encerradas durante o fim de semana. Só irão receber utentes a partir das 8:00 de segunda-feira.

Penafiel não terá urgência de cirurgia geral nas próximas duas semanas e no hospital de Matosinhos durante todo o mês de outubro acontece o mesmo ao fim de semana.

O centro hospitalar de Trás dos Montes e Alto Douro diz que para já não há indicação de encerramento em nenhuma das três unidades de Vila Real, Lamego e Chaves. A exceção é a de pediatria em Chaves que está sem funcionar desde segunda-feira e só reabrirá no início da semana.

O hospital de Leiria está sem apoio de cirurgia geral à urgência até segunda feira. Também há constrangimentos na cardiologia, com a via verde coronária suspensa. Será o centro de orientação de doentes urgentes do INEM a encaminhar.

No Algarve, ao centro hospitalar chegaram seis pedidos para não fazer mais que as 150 horas. Dois deles já tinham atingido o limite os restantes quatro só produzem efeitos a partir de dia 14, altura em que poderão comprometer as escalas dos cuidados intensivos do hospital de Portimão.


Últimas