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Jovem de 16 anos que matou a irmã à facada aguarda julgamento em prisão preventiva

A menor está indiciada dos crimes de homicídio qualificado e profanação de cadáver, que terão sido cometidos a 15 de agosto e cuja autoria terá já confessado.

SIC Notícias

Lusa

A jovem de 16 anos que confessou ter matado a irmã mais velha, em Peniche, vai aguardar julgamento em prisão preventiva.

A menor está indiciada dos crimes de homicídio qualificado e profanação de cadáver, que terão sido cometidos a 15 de agosto. Inicialmente, as autoridades foram chamados à casa da família, em Peniche, para investigar o desaparecimento da vítima, de 19 anos.

Ao que a SIC apurou, a menor falou no Tribunal de Leiria sobre o que aconteceu em agosto, quando a irmã desapareceu, dias depois de ter confessado a autoria do crime à Polícia Judiciária.

Arrisca ser julgada como adulta

Apesar de se tratar de uma menor, o código penal prevê que a jovem, que terá assassinado a irmã após uma discussão motivada por um telemóvel, possa ser julgada como adulta.

Após realizadas várias diligências na casa da família, o corpo foi descoberto enterrado nas traseiras da habitação, assim como indícios de que a menor manteve o corpo escondido no quarto durante dois a três dias, antes de o ocultar num terreno arenoso.

Avelino Lima, diretor do Departamento de Investigação Criminal da PJ de Leiria, especificou que "arma do crime é uma faca perfeitamente comum de uso doméstico que não foi localizada".

“Só após uma perícia médico-legal, podemos ser mais objetivos e determinados no tipo de violência que ocorreu e em outros elementos que vão certamente ser úteis para uma apreciação global do acontecimento”, referiu.

A investigação conduziu até ao núcleo familiar da vítima e “a suspeita passou a ter uma atitude mais condizente com os factos que ocorreram e levou-nos ao local onde sepultou a irmã”, explicou.

Família estava sinalizado pela CPCJ

A mãe das jovens, que participou o desaparecimento, não era uma “presença assídua no domicílio” e as irmãs viviam com o pai, que não desconfiou de nada, “até porque a informação que lhe foi prestada tinha alguma credibilidade: uma jovem deslocar-se para junto de um hipotético namorado não é um facto que merecesse, numa primeira abordagem, uma desconfiança”, disse.

A família estava sinalizada pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Peniche, mas não por maus-tratos.

“Era uma família necessitada de apoio, apenas”, precisou Avelino Lima

Admitindo que um caso destes, pela idade da suspeita, é “completamente incomum” e as autoridades têm assistido "a uma grande intolerância dos jovens para com o confronto", que passam "facilmente à violência".

A suspeita vai agora aguardar julgamento detida no Estabelecimento Prisional de Tires, em Cascais

[Notícia atualizada às 19:51]

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