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Football Leaks: Rui Pinto condenado por tentativa de extorsão e acesso ilegítimo

A juíza Margarida Alves comunicou a decisão sobre os 90 crimes imputados ao criador da plataforma eletrónica que, em 2015, abalou o futebol nacional e internacional, ao revelar inúmeros documentos confidenciais sobre contratos de jogadores.
PATRICIA DE MELO MOREIRA

SIC Notícias

Tribunal dá como provado maioria dos crimes da acusação de Rui Pinto, sendo condenado por tentativa de extorsão e acesso ilegítimo cerca de três anos depois do início do julgamento e após a leitura do acórdão ter sido adiada em julho devido à lei da amnistia.

O Tribunal condena Rui Pinto a quatro anos de prisão com pena suspensa e dá como provado acessos informáticos à Doyen, FPF, PGR e sociedade de advogados PLMJ. Por isso, o hacker é condenado por tentativa de extorsão e acesso indevido.

Rui Pinto é condenado por um crime de tentativa de extorsão, cinco de acesso ilegítimo e três de violação de correspondência.

A amnistia da vinda do Papa perdoa a Rui Pinto, que tinha menos de 30 anos à data dos factos que lhe são imputados, 68 crimes de acesso indevido e 11 crimes de violação de correspondência.

O caso, até ao julgamento

A sessão estava marcada para as 14:30, no Juízo Central Criminal de Lisboa, com o coletivo presidido pela juíza Margarida Alves a comunicar a decisão sobre os 90 crimes imputados ao criador da plataforma eletrónica que, em 2015, abalou o futebol nacional e internacional, ao revelar inúmeros documentos confidenciais sobre contratos de jogadores e transferências entre clubes, empresários e fundos de investimento.

O Ministério Público diz que entrou, por exemplo, nos sistemas informáticos do fundo de investimento Doyen, da Federação Portuguesa de Futebol e da Procuradoria-Geral da República.

Alguns dos crimes poderão ser perdoados pela Lei da Amnista, criada pela vinda do Papa a Portugal na Jornada Mundial da Juventude.

Foi ainda em plena pandemia de covid-19, no dia 4 de setembro de 2020, que o julgamento começou no Campus da Justiça, marcado pela vigência das regras sanitárias, por fortes medidas de segurança e pela atenção dedicada por meios de comunicação de diversos países a um caso desencadeado pelas queixas apresentadas pelo Sporting e pelo fundo Doyen em 2015.

O acórdão coloca um ponto final neste julgamento, mas Rui Pinto já sabe que vai continuar em tribunal, na sequência de uma nova acusação do Ministério Público (MP) conhecida em julho.

Ao criador do Football Leaks foram agora imputados 377 crimes relacionados o acesso aos emails do Benfica e de outros clubes, Liga, empresas, advogados, juízes, procuradores, Autoridade Tributária e Rede Nacional de Segurança Interna.

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