O Gabinete de Cibercrime da Procuradoria Geral da República diz que as burlas através de plataformas falsas de compra e venda de criptomoedas têm aumentado significativamente. Em 2022, o número de denúncias duplicou.
“Montam um site de internet falso, completamente forjado, em que mostram às vítimas que os seus lucros estão a subir astronomicamente e dizem: agora se quiser investir mais, vai ganhar ainda mais. E no momento em que as vítimas querem reaver esse dinheiro inventam taxas que têm de ser pagas antes. Quando já não conseguem cobrar mais taxas desaparecem do mapa”, explica o diretor do Gabinete de Cibercrime da PGR, Pedro Verdelho.
O Gabinete de Cibercrime da PGR diz que estas burlas estão associadas a redes organizadas, muitas vezes criadas fora de Portugal. Também a facilidade com que que os burlões se escondem na internet em sites falsos dificulta a investigação.
“Temos de ter noção que os criptoativos são um valor que não é controlado por nenhum banco central, nem por nenhuma agência pública, nem há leis que giram a compra de criptoativos, por isso estamos um pouco na selva”, acrescenta.
Só no último ano, o número de queixas passou de 38 para 94 denúncias e, segundo os dados, são raros os casos que as vítimas conseguiram reaver o dinheiro.
Das 94 denúncias apresentadas em 2022, apenas 20 deram origem à abertura de inquéritos.
O apelo da Procuradoria Geral da República é para que as vítimas continuem a apresentar queixa, de forma a que as autoridades possam ter mais informação sobre os criminosos.