País

Gomes Cravinho diz que perfil de Capitão Ferreira "era exatamente o adequado"

O atual ministro dos Negócios Estrangeiros diz que não tinha razão para não nomear Marco Capitão Ferreiro para secretário de Estado da Defesa. Gomes Cravinho sublinhou os vários anos de experiência que este tem na área.

Andreea Alexandru

SIC Notícias

João Gomes Cravinho garante que não tinha razões para não nomear Marco Capitão Ferreira secretário de Estado da Defesa, quando ainda tutelava esta pasta.

À CNN Portugal, o agora ministro dos Negócios Estrangeiros diz que o perfil de Capitão Ferreira era adequado para o cargo, sublinhando os vários anos de experiência na área.

"O perfil era exatamente o adequado. Uma pessoa que tem largos anos de experiência na área. Era a pessoa certa para aquelas funções", disse o ministro.

Gomes Cravinho e a atual ministra da Defesa, Helena Carreiras, são ouvidos esta sexta-feira no Parlamento numa audição conjunta sobre os casos que envolvem o ex-governante, arguido na operação Tempestade Perfeita.

O percurso de Marco Capitão Ferreira, ex-secretário de Estado da Defesa

Marco Capitão Ferreira foi responsável por várias empresas da Defesa com participação pública, antes de ser nomeado secretário de Estado: foi presidente da comissão liquidatária da Empordef e logo a seguir presidente do conselho de administração da IdD Portugal Defense. Em ambos os casos foi nomeado pelo ex-ministro da Defesa, João Gomes Cravinho.

A ligação às industrias da Defesa começam em 2008, ano em que Marco Capitão Ferreira integrava o conselho diretivo da Empordef e onde regressava em 2019, nomeado pelo ex-ministro da Defesa, João Gomes Cravinho.

O início do processo de dissolução e liquidação da Empordef é determinada em Conselho de Ministros em Junho de 2014, numa reunião liderada pelo então vice-primeiro-ministro, Paulo Portas.

Helena Carreiras quer auditoria aos contratos de assessoria no Ministério da Defesa

A ministra da Defesa, Helena Carreiras, pediu uma auditoria aos contratos de assessoria no Ministério, na sequência dos casos que envolvem o ex-secretário de Estado Marco Capitão Ferreira.

Helena Carreiras disse, na CNN Portugal, que tomou esta decisão para garantir que as suspeitas tenham a resposta que devem ter. Prometeu ainda um substituto para Capitão Ferreira o mais breve possível.

A ministra da Defesa disse, terça-feira, que é preciso dar espaço para a justiça trabalhar, sobre os casos que envolvem o ex-governante Capitão Ferreira, arguido na operação Tempestade Perfeita, remetendo mais esclarecimentos para sexta-feira, no parlamento.

"O mais importante para mim é mesmo, por um lado, dar o espaço à justiça que tem que ter, não desvalorizar o facto de que a justiça tem que trabalhar com serenidade e com rigor, mas também chamar a atenção para iniciativas que visam prevenir a corrupção", afirmou Helena Carreiras, à margem de uma visita à Escola das Armas, em Mafra, onde vários jovens participam no programa 'Defesa + Jovem'.

A ministra da Defesa Nacional apelou para que se deixe à Inspeção Geral da Defesa Nacional, ao Tribunal de Contas, ao Ministério Público "essa outra dimensão de investigação e de apuramento de todos os factos".

A governante afirmou que tem "todas as condições para explicar aquilo que for necessário explicar", remetendo mais esclarecimentos para sexta-feira, quando for ouvida na Assembleia da República, em conjunto com o ex-ministro da tutela, João Gomes Cravinho.

Últimas