O afastamento de Diogo Ayres de Campos terá sido suspeito, na perspetiva do chega, que pediu para o ouvir na comissão parlamentar.
“O senhor professor Diogo Ayres de Campo disse nesta mesma comissão, há alguns meses atrás, que o encerramento rotativo dos serviços de obstetrícia e genecologia era algo próprio do terceiro mundo e que não advogava esse encerramento. Chegamos a julho de 2023 e é de facto com isso que nos vimos confrontados e vimo-nos confrontados com alguém, senhor professor, que é um destacadíssimo obstetra do panorama nacional e com provas cientificas dadas que parece ter passado de bestial a besta.” disse Pedro Frazão do Chega.
A resposta do diretor da Obstetrícia do Hospital de Santa Maria que foi exonerado, não podia ter sido mais clara.
“Não há seguramente, do meu ponto de vista, nenhuma razão técnica ou cientifica para a exoneração. Que haverá, com certeza, outras razões políticas poderá haver. Convém, talvez, relembrar que estes são lugares técnico-científicos. Não são lugares políticos. Não são lugares de nomeação política." declarou Diogo Ayres de Campos , ex-diretor obstetrícia do Hospital Santa Maria
O cerne do problema foi assim exposto ao coletivo de deputados, que acabou por enredar-se na comparação feita pela representante do PS que recuperou a demissão de Marta Temido.
“Esta historia começou antes da demissão de uma ministra da saúde com um caso grave que aconteceu, foi de facto a morte de uma grávida que estava em situação muito complicada e que é transferida para outro hospital, acompanhada no interno e que de facto existiu um relatório da IGAS em que de facto põe em causa essa transferência.” disse Maria Antónia Almeida Santos do PS.
A Iniciativa Liberal (IL) e o PSD quiseram saber a opinião de Diogo Ayres de Campos, sobre o futuro da saúde materno-infantil no país, aquilo a que a social-democrata chamou o “novo normal”.
“Se considera que o Serviço nacional de saúde poderá voltar a funcionar normalmente, isto é, como até a alguns meses, alguns anos ou este funcionamento rotativo de serviços de saúde é também no serviço nacional de saúde, é cada vez mais o novo normal a que os portugueses têm de se habituar?” questionou Helga Correia do PSD.
“ Uma solução para o futuro não é ter maternidades encerradas e muito menos a encerrar de vez em quando. Porque de facto elas estão encerradas. Não vale a pena virmos aqui dizer que há um plano. Mas as maternidades são encerradas.” disse Joana Cordeiro da IL.
A notícia deste comissão foi dada pelo convidado logo no inicio e a discussão acabou por ganhar outra dimensão.