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Buscas são para "afetar a minha imagem" e "produzir notícia", diz Rui Rio

O ex-líder dos sociais-democratas foi bastante crítico da situação das buscas de que é alvo, mas admitindo-se calmo, bem, tendo em conta que considera que a situação não é ilícita e é engendrada para o denegrir. No entanto, está “farto” da política e garante não voltar.

Maria Madalena Freire

SIC Notícias

Rui Rio, ex-presidente do PSD, assumiu-se “tranquilo” com o processo de buscas que está a decorrer e afirmou que esta investigação é para “produzir notícia” e afetar a sua imagem.

À saída de sua casa, no seu carro, Rui Rio teve ainda tempo para fazer umas breves declarações à comunicação social, onde admitiu estar “bem, tranquilo”, ao contrário do país que se predispôs a governar há um ano e meio.

"Estou tranquilo, não estou é tranquilo com o país, já não tenho uma esperança muito grande no país, mas quando vejo estas coisas fico com ainda menos esperança", disse.

Menos esperança, porque parao social-democrata as suspeitasde peculato e abuso de poderes por alegada utilização indevida de dinheiros públicos são “nada” e servem para “produzir notícia”.

“É sempre feio quando as coisas acontecem desta forma, o problema não é meu, não aconteceu nada, está tudo bem”, tranquilizou(-se) Rio.

O ex-presidente do PSD assumiu que esta situação é mais uma razão para não voltar à política, tendo “certeza” dessa decisão.

“Estou farto disto, tinha um amigo, dr. Miguel Veiga que dizia ”piquem-no que ele funciona bem picado"; eu estou tão sossegado, porque é que me vêm picar?" questionou o social-democrata.

Para Rui Rio, é pouco claro o que as buscas pretendem encontrar, ou o que visa a investigação ao certo. Para o ex-líder do PSD, não é preocupação ser constituído arguido - que ainda não aconteceu e não se sabe se será - tendo em conta as vezes que já o foi que demonstraram a “Ineficácia da justiça”.

"A primeira vez que fui arguido foi porque mandei para a Ordem dos Médicos um processo pelas baixas fraudulentas e por isso fui constituído arguido, em 2003 ou 2004, aí tomei contacto com a ineficácia da justiça", referiu.

No que diz respeito a este caso, Rio referiu que os pagamentos mão são ilícitos, sendo uma prática comum a todos os partidos e, por isso, acaba por ficar em causa “uma prática na assembleia dos partidos todos”.

Em relação à “mancha” da sua imagem, o social-democrata não se mostrou preocupado, afirmando que “é isso que querem”

“Tudo isto é para afetar a minha imagem, estou bem comigo, mas com o país… isto não é solução para nada”, conclui e depois conduziu em frente.

Buscas no PSD

Rui Rio terá usado verbas da Assembleia da República, definidas para a assessoria dos grupos parlamentares, para pagar ordenados a funcionários do partido que não trabalhariam no Parlamento.

Outros dirigentes e funcionários sociais-democratas também serão visados na operação.

Ao que a SIC apurou, estão a ser realizadas buscas na casa da ex-assessora de imprensa de Rui Rio e do atual deputado Hugo Carneiro.

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