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Buscas no PSD: André Ventura defende "investigação sobre todos" os partidos

Os partidos políticos já começaram a reagir às buscas feitas ao Partido Social-Democrata, inclusive nas casas de ex-líder do partido e de um deputado. Uns optam pela opção diplomática do silêncio, até haver mais detalhes, outros avisam que os partidos do Parlamento deviam ser investigados.

Maria Madalena Freire

SIC Notícias

As buscas na sede do PSD, em casa do ex-líder, Rui Rio, e do deputado Hugo Carneiro geraram reações dos partidos políticos que optam por não se pronunciar sobre as suspeitas, mas pedem para que se lide o dinheiro público de forma séria.

O líder do Chega, André Ventura, já pediu um esclarecimento público sobre as suspeitas de peculato e abuso de poderes por alegada utilização indevida de dinheiros públicos da liderança anterior do PSD.

Para Ventura, seria importante elucidarem o caso, tendo em conta que Rui Rio “mão foi uma personalidade qualquer”, sendo que foi presidente do PSD e da Câmara do Porto muitos anos.

“Acho que para bem do sistema político, devem ser dadas explicações e isto não é avolumar nenhumas suspeitas, é serem dadas explicações. E acho que é importante que essas explicações sejam dadas”, referiu.

Nesta circunstância, André Ventura aproveitou para relembrar que o dinheiro que é atribuído pelos contribuintes aos partidos tem de ser “rigorosamente gerido” e que todos têm de ter essa consciência desde o PCP ao próprio Chega.

“Aqui deve ser investigado e, enfim, as conclusões devem ser retiradas. Portanto, eu não desvalorizaria isto, independentemente do que ouvi hoje, porque isto pode aplicar-se a outros”, avisou o líder do partido.

Por isso, para Ventura, tem de haver um escrutínio sobre todos e que se deve fazer “um esforço para não desvalorizar o tema”.

“Não vou comentar”

Já a coordenadora do Bloco de Esquerda adota uma abordagem mais diplomática na sua reação às buscas ao PSD, esclarecendo que soube da situação e de que partiu de uma queixa interna do próprio partido.

“Não vou comentar um caso que não li, que não conheço, acho que é melhor às vezes não fazer. Não tive oportunidade de discutir, de perceber o que é que se passa”, esclareceu.

“Ninguém está acima da lei”

António Costa afirmou esta quarta-feira que “ninguém está acima da lei”, quando questionado sobre a operação da Polícia Judiciária (PJ), que fez buscas na sede do PSD e na casa de Rui Rio, entre outros locais ligados ao partido social-democrata. Ainda assim, o primeiro-ministro assumiu que há um ponto sobre o qual sempre teve “uma total concordância” com o ex-líder do PSD.

António Costa defendeu ainda que é preciso deixar "a justiça fazer o seu trabalho".

“Estou farto disto”

O ex-líder dos sociais-democratasfoi bastante crítico da situação das buscas de que é alvo, mas admitindo-se calmo, bem, tendo em conta que considera que a situação não é ilícita e é engendrada para o denegrir. No entanto, está “farto” da política e garante não voltar.

O deputado e ex-secretário-geral adjunto do PSD Hugo Carneiro afirmou esta quarta-feira que sempre defendeu "o interesse público" e o rigor das contas, sem responder diretamente às suspeitas de que funcionários do partido teriam sido pagos via parlamento.

Abuso de poder no PSD?

O ex-Presidente do PSD será suspeito de peculato e abuso de poderes por alegada utilização indevida de dinheiros públicos, crimes que terão sido cometidos durante a gestão anterior do partido.

Rui Rio terá usado verbas da Assembleia da República, definidas para a assessoria dos grupos parlamentares, para pagar ordenados a funcionários do partido que não trabalhariam no Parlamento.

Outros dirigentes e funcionários sociais-democratas também serão visados na operação.

Ao que a SIC apurou, estão a ser realizadas buscas na casa da ex-assessora de imprensa de Rui Rio e do atual deputado Hugo Carneiro.

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