Dados da Fundação Francisco Manuel dos Santos mostram que o Serviço Nacional de Saúde (SNS), quando comparado com a maioria dos países europeus, está atrasado na digitalização dos serviços, está mais velho e com dificuldades em fixar profissionais de saúde. Como podemos garantir a sustentabilidade financeira do SNS? Esta é a pergunta que estará em debate esta terça-feira, às 21:00 na SIC Notícias.
Apesar de nos últimos seis anos o orçamento do SNS ter aumentado significativamente e o número de profissionais estar também a crescer, isso não tem significado menos contestação ou mais produtividade.
Segundo Eduardo Costa, professor e investigador da Faculdade Nova SBE, existe em Portugal uma crescente insatisfação por parte dos profissionais do SNS.
Portugal em primeiro lugar em número de médicos por mil habitantes
Portugal surge em primeiro lugar, à frente de Áustria e Noruega, em número de médicos por mil habitantes e tem quase o dobro dos inscritos na Polónia, o país com menos médicos da OCDE.
A OCDE acredita que estes números podem estar sobrestimados em cerca de 30%, o que nesse caso coloca Portugal dentro da média dos países da organização, ainda que o número de médicos com mais de 65 anos seja quase 25%, o que significa que um em cada quatro médicos do SNS está perto da idade da reforma, num sistema de saúde que nos últimos anos tem tido dificuldade em reter profissionais de saúde nos quadros.
Quais as soluções para a falta de médicos no SNS?
Mais autonomia, menos hierarquização nas funções, mais carreira e, acima de tudo, menos burocracia nas tarefas a executar são alguns dos fatores apontados como essenciais para o aumento do número de médicos no SNS.
A digitalização do SNS pode também contribuir para que o tempo de trabalho dos médicos, especialmente os de família, seja rentabilizado de outra forma. Mas, neste processo de transformação do sistema, Portugal ainda tem um caminho longo a fazer para que a média alcance países como a Espanha, Inglaterra ou França, por exemplo.
Ainda que isso implique custos num serviço público que tem tido cada vez mais despesa com novas terapêuticas, tecnologia e que cada vez mais pensa
na sustentabilidade financeira.
Uma maior ou melhor parceira com o setor privado e social, na opinião dos especialistas nesta área, deve também ser analisada de uma forma mais alargada.