No mesmo dia em que vai ser divulgado o relatório final da comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP, o ex-ministro Pedro Nuno Santos regressou à Assembleia da República, agora como deputado e, assegurou, “com muito orgulho”.
À sua espera, Pedro Nuno Santos tinha vários jornalistas mas evitou, sorrindo, as perguntas difíceis como a da jornalista da SIC, que o questionou sobre se regressa como jovem turco ou ex-ministro.
Assinalando que este é apenas o regresso de “alguém que já foi parlamentar durante muitos anos" e que esteve “vários anos no Governo e agora regressa como deputado”.
“Sou um deputado entre 230, é só isso que vou ser, agradeço muito a vossa atenção ao meu regresso mas é só isso. Tenho muito orgulho em ser deputado e vou fazer o meu trabalho como os outros e com muito gosto”.
Questionado sobre se vai integrar alguma comissão parlamentar, Pedro Nuno Santos disse que para já não sabe. “O grupo parlamentar fará o ajustamento das comissões no início da sessão legislativa, portanto só nessa altura saberei”, disse, afirmando que será um "deputado que apoia o Governo".
Até lá, prosseguiu, “terei com certeza trabalho como todos os deputados” e "neste momento, de facto, não sou candidato a nada”.
“Vamo-nos vendo, vamos conversando durante as próximas semanas e meses. Portanto, nada de bombástico”, rematou, despedindo-se dos jornalistas e entrando no Hemiciclo onde distribuiu vários abraços, apertos de mão, beijos e acenos, em particular à ex-ministra Marta Temido.
Cabeça de lista socialista pelo círculo de Aveiro nas últimas eleições legislativas, o ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação substitui Rosa Venâncio na Assembleia da República, após seis meses em que pediu a suspensão do mandato de deputado.
E já fez saber que neste seu regresso não quer interferir nas áreas governativas que estiveram sob a sua direta tutela e que volta ao Parlamento sem razões para se queixar de falta de solidariedade por parte do primeiro-ministro, António Costa.
Há cerca de três semanas, na comissão parlamentar de inquérito sobre a TAP, Pedro Nuno Santos declarou: "Tinha e tenho uma boa relação com o primeiro-ministro (...) Nunca senti falta de solidariedade do primeiro-ministro".
Também o presidente do Grupo Parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, em recente entrevista à TSF, optou por desdramatizar a presença de Pedro Nuno Santos na bancada do PS, contrapondo mesmo que "fica sempre mais forte quando acolhe um quadro do partido qualificado, com experiência governativa".
Como ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos esteve diretamente envolvido em dois dos casos que mais afetaram a estabilidade interna do executivo de maioria absoluta de António Costa.
O primeiro foi no final de junho do ano passado quando publicou uma portaria sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa sem conhecimento prévio do primeiro-ministro e em contradição direta com a garantia por este deixada de que a escolha por parte do Estado seria feita através de um processo consensualizado com o PSD