O Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) alerta para o aumento de fraudes relacionadas com a venda de cartas de condução através da internet.
A SIC vestiu a pelo de um potencial cliente e contactou um dos vendedores de cartas de condução nas redes sociais.
Os preços variam e podem ser ainda mais caros. O esquema começa sobretudo em países de língua oficial portuguesa, mas também escolhe vítimas residentes em outras nações.
João, por exemplo, um português na Irlanda nunca respondeu às várias mensagens recebidas por WhatsApp. Pedia-se 200 euros de sinal com o compromisso de que no prazo máximo de três a sete dias, a carta de condução portuguesa ser-lhe-ia entregue com a garantia de que a mesma estaria registada na base de dados do IMT.
O IMT confirma à SIC ter recebido várias denúncias de esquemas fraudulentos e avisa que em nenhuma circunstância comunica o pagamento de qualquer um dos seus serviços através de redes sociais e de mensagens telefónicas.
João tentou apresentar queixa na PSP do aeroporto e não conseguiu.
Os principais clientes da rede são estrangeiros sem qualquer carta de condução. Enviaram assim os dados pessoais e acabaram por ver o documento emitido por instituições dos países de origem. Isto é, tiveram acesso a uma carta de condução estrangeira que, na verdade, era falsa mas que terá sido depois usada em Portugal para conseguir obter uma licença para conduzir verdadeira sem levantar suspeitas por parte do IMT.
Grande parte trabalha agora em veículos TVDE para as várias plataformas digitais de transportes.
O primeiro inquérito aberto pelo Ministério Público já foi arquivado, mas o IMT não se conformou e apresentou uma nova queixa por entender que os crimes continuavam a ser praticados com total impunidade.
O número de queixas não pára de aumentar e a PSP não respondeu ao pedido de esclarecimentos da SIC.