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Mais de 20 arguidos em buscas por suspeita de fraude fiscal no setor da cortiça

Esquema de faturas falsa pode ter lesado o Estado em mais de 15 milhões de euros. A operação "Fakecork" decorreu em Santa Maria da Feira, Espinho, Ovar e Vila Nova de Gaia.

Catarina Lúcia Carvalho

Eurico Bastos

A investigação, por suspeitas de fraude fiscal no setor da cortiça, começou em 2018 e culminou, esta quinta-feira, com o cumprimento de 24 mandados de busca nos distritos de Aveiro e do Porto.

A operação “Fakecork”, desenvolvida por 155 operacionais da Autoridade Tributária e Aduaneira, GNR e PSP, decorreu em Santa Maria da Feira, Espinho, Ovar e Vila Nova de Gaia.

Das 24 buscas, 12 foram a domicílios. Em causa estará a prática dos crimes de fraude fiscal qualificada e de branqueamento de capitais.

Na operação foram constituídos 22 arguidos, que segundo comunicado da Autoridade Tributária, ficaram com medida de coação de Termo de Identidade e Residência.

Aos suspeitos foram ainda apreendidos documentos, telemóveis, e equipamentos eletrónicos, e mais de 100 mil euros em dinheiro.

A suspeita recai sobre empresas do setor corticeiro, alegadamente envolvidas num sistema de emissão de faturas falsas e de simulação de pagamentos que chegam aos 50 milhões de euros. Neste esquema, o Estado poderá ter sido lesado em mais de 15 milhões de euros.

Um outro esquema semelhante, que também envolve negócios da cortiça, está a ser julgado desde 2021 em Santa Maria da Feira. Nesse processo, mais de 160 arguidos são suspeitos de terem lesado o Estado em 25 milhões de euros, também com a emissão de faturas falsas em que se reduzia ou anulava o pagamento de impostos como o IVA e o IRC.

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