O gabinete do primeiro-ministro terá sido informado pela Comunidade Israelita do Porto da possibilidade de Roman Abramovich investir em Portugal, antes do oligarca russo ter recebido nacionalidade portuguesa por ser descendente de judeus sefarditas. A notícia faz parte de uma investigação do Público.
A entidade religiosa avança que informou também o antigo ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, e a ex-ministra da Justiça, Francisca Van Dunem.
Questionado pela SIC, o gabinete de António Costa diz que só soube do processo de naturalização de Roman Abramovich pela comunicação social e nega categoricamente a notícia. O primeiro-ministro confirma apenas ter recebido da Comunidade Israelita do Porto uma carta em que é referida uma intenção desse organismo de mobilizar a força judaica portuguesa espalhada pelo mundo para ajudar o País.
Já Pedro Siza Vieira não se recorda de ter sido referido o nome do ex-dono do Chelsea na reunião que teve com a Comunidade Israelita do Porto.
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Nessa reunião, a comunidade terá invocado motivos de interesse nacional para acelerar a nacionalidade de Abramovich. Uma pressão sobre o Governo que terá levado a que o oligarca se tornasse português no tempo recorde de dois meses.
Roman Abramovich recebeu o passaporte português ao abrigo da lei que atribui nacionalidade aos descendentes de judeus sefarditas. Vários oligarcas russos terão obtido nacionalidade portuguesa ao abrigo desta lei.