Milhares de peregrinos estão a caminho de Fátima para as cerimónias do 13 de maio. Os grandes grupos, que praticamente deixaram de existir durante a pandemia, estão de regresso. A jornada “inexplicável” de um deles, composto por 170 pessoas provenientes de Valongo, foi acompanhada pela SIC.
Os peregrinos do Grupo Dramático e Recreativo da Retorta, que partiram da freguesia de Campo, em Valongo, na semana passada, vão percorrer mais de 200 km a pé para chegar ao destino final.
“É inexplicável. Só [percebe] quem consegue chegar lá, mesmo no final do dia. Tanto cansaço nas pernas e na cabeça, porque apanhámos dias de calor. Mas depois de um banho, quase que esquecemos. Restabelece-se assim: dia após dia”, conta Ana Maria Costa, ao lado do grupo na IC2, na zona de Pombal.
Emílio Cruz, membro da organização do grupo de 170 pessoas, revela que a caminhada começou em novembro do ano passado, com os acordos estabelecidos para que, agora, tudo corra bem.
“É uma gestão que acontece em novembro, com as escolhas dos pavilhões. Há também um restaurante em Valongo, que vêm cá trazer as refeições (almoço e jantar). Depois, ao longo do dia, temos o lanche”.
Fazem 40 km por dia, mas no fim “saem as dores todas”
Estes peregrinos são como uma família numerosa. Fazem, em média, entre 35 e 40 km por dia. Dizem que todo o sofrimento, as dores e o cansaço são esquecidos com a chegada ao Santuário de Fátima.
“Cada ano tem uma história diferente (…) Só quem faz este caminho sabe qual é a sensação de entrar no Santuário ao fim de tantos quilómetros e de algum sofrimentos”, diz um dos membros do grupo, afirmando que, no final, “saem as dores todas”.