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Football Leaks: sentença adiada para 13 de julho

Tribunal comunicou esta sexta-feira uma alteração não substancial dos factos do processo, o que significou a concessão de prazo às defesas para se pronunciarem.

SIC Notícias

A leitura da sentença do processo Football Leaks, que tem Rui Pinto como principal arguido, foi adiada esta sexta-feira para 13 de julho, ao que a SIC apurou.

O coletivo de juízes, presidido por Margarida Alves, decidiu fazer uma alteração não substancial dos factos da acusação, o que significou a concessão de um prazo às defesas para se pronunciarem, como adianta o repórter da SIC, Diogo Torres.

Margarida Alves explicou que alteram-se factos “não nos termos exatos da acusação”. À saída do tribunal, o advogado de Rui Pinto confirmou que as defesas têm 10 dias para se pronunciarem.

Francisco Teixeira da Mota admitiu ainda ser "previsível que possa haver alguma condenação" para o seu cliente.

"Na altura, ficou claro, não andamos aqui a brincar. Somos pessoas com responsabilidade, a defesa de um arguido é feita segundo regras de inteligência, seriedade e lealdade. É previsível que possa haver alguma condenação", afirmou o advogado, que recusou comentar a eventual aplicação de pena suspensa: "Isso aí já não me vou pronunciar, só li por alto e, daquilo que li, não posso retirar qualquer conclusão. A única conclusão que retirei foi que tenho de ler com atenção, estudar e ver se vamos requerer alguma coisa ou não".

O coletivo de juízes designou o dia 26 de maio para a eventual produção de prova e a leitura do acórdão para 13 de julho, às 14:00.

A leitura do acórdão estava marcada para esta sexta-feira, mais de dois anos e meio após o início no Juízo Central Criminal de Lisboa.

Rui Pinto foi detido em 2019

Rui Pinto foi detido a 16 de janeiro de 2019 pela polícia húngara ao abrigo de um mandado de detenção europeu. Ficou em prisão domiciliária e foi depois extraditado para Portugal, onde foi interrogado por um juiz.

Já acusado, ficou em prisão domiciliária em junho de 2020 até ser libertado a 7 de agosto e colocado num programa de proteção de testemunhas.

O Ministério Público garante que, entre 2015 e 2019, Rui Pinto invadiu ilegalmente os sistemas informáticos da Procuradoria-Geral da República, da sociedade de advogados PLMJ, do Sporting, da Federação Portuguesa de Futebol e do fundo de investimento Doyen, ao qual, através de email, terá proposto um acordo de pagamento para não divulgar informação.

Rui Pinto está acusado de 90 crimes; extorsão na forma tentada, acesso ilegítimo e indevido, violação de correspondência e sabotagem informática.

O pirata informático já admitiu ter acedido a informações de forma ilegal e que pode até ter cometido uma tentativa de extorsão, mesmo sem querer.

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