País

Pedro Sánchez diz que PS é uma "referência" da social-democracia na Europa

Pedro Sánchez, no seu discurso, no âmbito da festa popular do 50º aniversário do PS, elogiou ainda António Costa pela sua "liderança inspiradora" em períodos difíceis.
Elvira Urquijo A.

Lusa

SIC Notícias

O presidente da Internacional Socialista, Pedro Sánchez, disse este domingo no Porto, nas comemorações do 50º aniversário do PS, que o Partido Socialista português é um "símbolo" e uma referência da social-democracia no continente europeu e não apenas em Portugal.

"O Partido Socialista não é apenas a referência da social-democracia aqui em Portugal. É-o também hoje no continente europeu. Nos últimos anos, tem sido um símbolo, em períodos particularmente difíceis para a nossa família política", declarou Pedro Sánchez, no seu discurso, proferido em inglês, esta tarde no Pavilhão Rosa Mota, localizado nos jardins do Palácio de Cristal, onde decorre a festa popular do 50º aniversário do PS.

Sánchez agradeceu a Costa pela “liderança inspiradora”

Perante milhares de socialistas, que aplaudiram por várias vezes, Pedro Sánchez agradeceu a António Costa pela sua "liderança inspiradora" em períodos difíceis e declarou que o Partido Socialista de Portugal foi um "baluarte" de todo o socialismo europeu em plena década neoliberal na Europa.

"Quando muitos se preparavam para anular a nossa ideologia, foram vocês, os socialistas portugueses, que ergueram a bandeira da social-democracia para reivindicar através da justiça e dos atos o sucesso das vossas políticas. Obrigado, querido António, por essa liderança inspiradora nesses períodos difíceis, quando ela era mais necessária. Obrigado, porque, uma vez mais, o vosso triunfo acabaria por ser o nosso prólogo, por exemplo, em Espanha. E para muitos outros, como aconteceu recentemente na América do Sul".

Sánchez salientou também que Portugal e Espanha devem colocar a social-democracia na "vanguarda da luta contra a emergência climática", por serem países que estão "altamente expostos ao impacto do aquecimento global", referindo que o Parque Nacional de Doñana, junto à fronteira portuguesa a sul, está a sofrer as consequências.

"A social-democracia deve liderar a resposta a essa ameaça. Porque se não formos nós, mais ninguém o fará. Os partidos de direita procurarão sempre desculpas para não fazerem nada. E a extrema-direita continuará a alimentar um negacionismo criminoso. Sabemos que o futuro dá sempre razão ao progresso. Mas quando se trata da emergência climática, não se trata apenas de estar certo. Trata-se de agir de forma decisiva. Por uma simples razão: o tempo urge".

Socialistas espanhóis celebram 25 de abril com “admiração”

Pedro Sánchez destacou o 25 de abril e afirmou que o Partido Socialista de Espanha continua a celebrar a Revolução do 25 de Abril com "admiração" pelo dia "extraordinário de coragem".

O presidente da Internacional Socialista e secretário-geral do Partido Socialista Operário Espanhol também lembrou a adesão comum à União Europeia.

"Entrámos na União Europeia de mãos dadas, aos ombros de gigantes como Mário Soares e Felipe González. Com a sua liderança, Portugal e Espanha enterraram velhas dúvidas. Deixámos de viver de costas uns para os outros e entramos plenamente no concerto internacional para falar com a energia de uma social-democracia renovada. Juntos, ambos os países travaram mil batalhas para acabar com os preconceitos com os quais Bruxelas via ainda essas jovens democracias ibéricas".

Sánchez destacou ainda a "resposta justa" dos dois países à emergência provocada pela pandemia da covid-19.

"Não é por acaso que Portugal e Espanha são hoje os dois países que atingiram a maior percentagem de população vacinada em toda a Europa".

Combate ibérico à pandemia de covid-19

O líder do PSOE e primeiro-ministro espanhol sublinhou ainda também a resposta de Portugal e Espanha articulada através do Plano de Recuperação para fazer frente à guerra na Ucrânia.

"Graças a este compromisso partilhado, a Europa é agora um verdadeiro aliado numa transformação crucial para as nossas economias. Uma transformação que abraça a transição ecológica (...) . Com a força da razão, defendemos a Solução Ibérica para enfrentar a crise energética. Um seguro contra a incerteza que é um escudo contra o disparar dos preços que o mercado de eletricidade pode registar. Travámos esta batalha lado a lado novamente, caro António".

Últimas