País

Caso EDP: Advogados de Pinho e Salgado criticam falta de justiça na instrução

Ricardo Sá Fernandes e Francisco Proença de Carvalho teceram duras críticas à decisão instrutória que manda julgar o ex-ministro e o antigo presidente do BES nos “exatos termos da acusação”.

PATRICIA DE MELO MOREIRA

SIC Notícias

Lusa

Os advogados do ex-ministro Manuel Pinho e do antigo presidente do BES, Ricardo Salgado, criticaram esta sexta-feira a decisão instrutória do Caso EDP, no qual os arguidos vão a julgamento por todos os crimes de que são acusados.

Em declarações aos jornalistas à saída do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), o mandatário do ex-banqueiro, Francisco Proença de Carvalho, assumiu que já esperava esta decisão da juíza Gabriela Assunção, ao salientar que "não houve instrução" e que esta fase consistiu numa "tentativa de revogar uma lei que ainda está em vigor e que diz que os arguidos têm direito a requerer a abertura de instrução e a ter uma instrução efetiva".

O advogado defendeu ainda que Salgado não tem condições médicas para se defender.

Defesa de Pinho diz que "desta vez, não se fez" justiça

Ricardo Sá Fernandes, que representa Manuel Pinho, considerou que, "desta vez, não se fez" justiça, assegurando, porém, que vai continuar a lutar nos tribunais.

"Espero que no julgamento o doutor Manuel Pinho tenha direito à justiça que não teve aqui", resumiu.

Crimes de corrupção, branqueamento e fraude fiscal

Manuel Pinho, a sua mulher, Alexandra Pinho, e Ricardo Salgado vão a julgamento no Caso EDP "nos exatos termos da acusação", segundo a decisão instrutória proferida pela juíza Gabriela Assunção.

O antigo ministro da Economia (entre 2005 e 2009) vai responder em tribunal por um crime de corrupção passiva para ato ilícito, outro de corrupção passiva, um crime de branqueamento de capitais e um crime de fraude fiscal.

Por sua vez, Alexandra Pinho foi acusada - em concurso efetivo e coautoria material com o marido - de um crime de branqueamento de capitais e outro de fraude fiscal, enquanto o antigo presidente do BES será julgado por um crime de corrupção ativa para ato ilícito, um crime de corrupção ativa e outro de branqueamento de capitais.

Últimas