Bernardo Ferrão dá razão a Gouveia e Melo na condenação aos 13 militares que se recusaram a embarcar no NRP Mondego, alegando razões de segurança, para uma missão de acompanhamento de um navio russo. Considera que o comandante das Forças Armadas teve razão naquilo que disse, justificando com a indisciplina e insubordinação, apontando a questão da soberania.
No que diz respeito ao trabalho das Forças Armadas, "há uma regra única", defende Bernardo Ferrão, que é "cumprir a disciplina e a linha de comando", e neste caso, não há exceções. A soberania é um ponto relevante e imbatível para as Forças Armadas, disse.
"Não me passa pela cabeça que os militares possam acreditar que o comandante que deu a ordem”, consciente à priori de que o navio podia fazer aquela missão, “queria pôr em causa ou queria pôr em risco a vida de toda a tripulação”.
Trata-se de um caso de indisciplina e insubordinação que podem acarretar crimes como desobediência, insubordinação coletiva, revelação de segredo e abandono de posto.
"A partir do momento em que se está sujeito a uma linha de comando tem de saber que quando uma ordem é dada, tem de ser cumprida".
Do ponto de vista político, com as especulações de uma possível candidatura à Presidência, nunca confirmadas, Bernardo Ferrão indica que Gouveia e Melo percebeu o que estava em causa e agiu de forma eficaz na proteção do Estado.
"O que se passou no Funchal não dá uma boa imagem das Forças Armadas", conclui Bernardo Ferrão.