Um dos 13 militares que se recusaram, no sábado à noite, a embarcar numa missão de acompanhamento de um navio russo a norte da ilha de Porto Santo, na Madeira, garante que estão a ser ameaçados com prisão.
À SIC assegura que a única coisa que fizeram foi "proteger os militares": "Não cumprimos a ordem de navegar porque sentimos insegurança no navio".
Depois de quase seis meses dentro daquele "navio com avarias", o militar explica que a guarnição está "cansada". Ainda assim não se recusa a reparar todas as avarias que consegue: "Recusámo-nos a navegar apenas porque não tinhamos condições de segurança", diz.
O militar esclareceu ainda que não estão detidos, estão privados de licença, "o que é quase a mesma coisa".
Numa comunicação anterior, os militares já tinham informado que o "NRP Mondego apresenta limitações técnicas graves, que comprometem a segurança do pessoal e do material e o cumprimento da respetiva missão".
A Associação Nacional de Sargentos (ANS) considera que é fundamental perceber as razões que levaram os militares a recusar a missão. António Lima Coelho, presidente da direção da associação, diz, em entrevista à TSF, que esta não é a primeira vez que uma situação destas acontece.
A Marinha está a investigar a situação, mas já disse que o navio tinha condições para navegar. Acusa os militares de não terem cumprido o seu dever e, segundo a Renascença, estes vão ser alvo de um processo disciplinar.