Há cada vez mais pedidos de afastamento do secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro. Para além do negócio duvidoso na Câmara de Caminha, Miguel Alves é arguido em dois processos: a Operação Éter e a Operação Teia.
Em julho de 2017, António Costa aceitava a exoneração dos três secretários de Estado constituídos arguidos no processo conhecido como “Galpgate”, "apesar de não ter sido deduzida pelo Ministério Público qualquer acusação", lia-se na nota do primeiro-ministro.
Fernando Rocha Andrade, João Vasconcelos e Jorge Costa Oliveira deixaram o Governo, por terem viajado para assistir a jogos do Euro 2016, a convite da Galp.
Em entrevista à CNN, a deputada do PS Alexandra Leitão afirmou não compreender como é que o mesmo primeiro-ministro e o PS seguram agora Miguel Alves, sendo este arguido.
Os processos em que Miguel Alves é arguido
Desde 2019 que Miguel Alves está na lista de arguidos da Operação Éter, em que à volta de Melchior Moreira, ex-presidente do Turismo do Porto e do Norte, o Ministério Público investiga contratos ilícitos e crimes de corrupção e abuso de poder com autarcas socialistas.
Isto era público quando o primeiro-ministro chamou Miguel Alves, em setembro, para secretário de Estado Adjunto.
O então presidente da Câmara de Caminha é também visado na Operação Teia, avançou o Observador. Ajustes diretos na compra de sistemas informáticos por autarquias do Norte estão na base das suspeitas de corrupção.
Por tudo isto, a somar às explicações sobre o adiantamento de 300 mil euros pela câmara de Caminha a uma empresa para construir um centro multiusos, o PSD e o Chega querem ouvir Miguel Alves no Parlamento.